Em
30 de Agosto de 1999 aconteceu o referendo em Timor-Leste. Data que se comemora
nacionalmente no país. Data que é assinalada por um dia feriado. Há pouco mais
de 18 anos foi deliberado por consenso na ONU que nessa data perguntariam em
referendo aos timorenses - aos escravos, aos cidadãos cujo país estava ocupado por
forças militares indonésias havia quase 25 anos, ao povo que já então tinha
sido vitima de genocídio ao longo desse quase quarto de século, em que mais de
200 mil timorenses foram assassinados – se queriam ser livres, independentes.
O
resultado desse referendo foi uma natural e estrondosa resposta que os
timorenses deram à Indonésia e à comunidade internacional: sim, queriam ser
livres, independentes, estar longe da identidade e da subjugação aos torcionários,
carrascos e assassinos indonésios. Livres do criminoso regime de Suharto – um general
que para se impor no país já havia assassinado ao longo de anos dezenas de
milhares dos seus compatriotas em todo o território herdado do colonialismo
Holandês.
A
resposta inequívoca dos timorenses no referendo foi de mais de 78% a favor da
independência de Timor-Leste, a favor da libertação de Timor Lorosae do jugo
dos invasores.
Foi
então que as milícias pró-indonésia reagiram criminosamente, com a violência
que ceifou as vidas de mais de 1.400 pessoas, segundo dados oficiais (claro que
foram em maior número). Foi o terror coordenado pelo exército e polícias indonésias.
Mais um crime contra os timorenses que ficou impune.
Hoje,
30 de Agosto, comemoram-se 18 anos da grande vitória democrática do povo
timorense, assim como se comemora a homenagem às vítimas da sanha assassina
indonésia naquela que foi a sua última ação no genocídio que perpetrou e
praticou contra os timorenses, contra Timor-Leste. Todos esses crimes foram votados à impunidade de altos responsáveis políticos, das suas forças armadas e das polícias
de Suharto e depois de Habibe – que era então o presidente indonésio.
Durante
aquele período de matança indiscriminada, após o conhecimento dos resultados do
referendo, o terror foi documentado pela imprensa internacional que se
deslocara a Timor-Leste. Foi marcante, até traumatizante, a impotência, a angústia
e a revolta, a tristeza, dos que viram por todo o mundo tais imagens de
selvajaria das forças pró-Indonésia em cumplicidade com generais, outras altas patentes
militares e das diferentes polícias do regime de Suharto. Entidades que
escaparam impunemente aos seus crimes, assim como a maioria dos assassinos
filmados e fotografados a mutilar e assassinar timorenses só porque queriam e
querem ser livres na sua Pátria, Timor-Leste.
Hoje,
17 anos volvidos, Timor-Leste é livre, independente, democrático. De 1999 até
agora muito foi feito por todos os timorenses. Depois de terem ficado com um país
totalmente destruído, queimado pelos criminosos da Indonésia, eis que se ergue
uma jovem nação que em pequena meia-ilha, é, em muitos aspetos, exemplo positivo para o
mundo, tendo por protagonista o seu povo.
É
evidente que muito falta fazer para melhorar a vivência quotidiana dos
timorenses. Neste momento urge travar a corrupção, o crime económico, o enriquecimento
desbragado e injustificado de alguns das elites que são uma das causas
principais das carências alimentares, de infraestruturas, de saúde, entre
outras, que afeta cerca de metade dos timorenses. Xanana Gusmão tem sido o líder
deste desenho de sociedade que se pauta pelas desigualdades. Mais tarde ou mais
cedo ele terá de assumir isso mesmo, o certo e o errado das suas práticas, não faz sentido receber somente os merecidos louros.
Porque enquanto há vida há esperança devemos esperar o melhor para o futuro de Timor-Leste. O melhor inclui a superação do desemprego e de muitas das dificuldades atuais da vivência das populações, mais de metade da sua população. Talvez 800 mil numa população que ronda um milhão e 300 mil.
Porque enquanto há vida há esperança devemos esperar o melhor para o futuro de Timor-Leste. O melhor inclui a superação do desemprego e de muitas das dificuldades atuais da vivência das populações, mais de metade da sua população. Talvez 800 mil numa população que ronda um milhão e 300 mil.
A
evocação do 30 de Agosto de 1999 merece dados mais ou menos históricos, mesmo
que simplistas. Recorremos à Wikipédia para marcar ainda mais esta gloriosa
data que contém um misto de tristeza pelas vítimas e heróis timorenses que
pereceram em defesa da independência e afirmação de Timor-Leste.
Homenagem
e glória aos que pereceram em defesa da Nação Timorense. Homenagem aos que
lideraram ou atuaram nos atos independentistas e aos que ainda hoje lideram o
país, apesar de ações menos dignas ou erróneas. Homenagem aos que,
principalmente, deram a vida por Timor-Leste – a perda das suas vidas não foi
inglória, antes pelo contrário.
Vivam
os timorenses! Viva Timor-Leste!
MM
| AV | TA
Crise
de Timor-Leste em 1999
Origem:
Wikipédia
A crise
em Timor-Leste de 1999 começou quando as forças de oposição à
independência deste país atacaram civis e criaram uma situação de
violência generalizada em toda a região, principalmente na capital, Díli. A violência
começou depois que a maioria dos timorenses votaram pela independência da Indonésia num referendo realizado
em 1999.[1] Para
impedir esses incidentes, que mataram cerca de 1 400 pessoas, fez-se
necessário a implantação de uma força da Organização das Nações Unidas, (Força Internacional para
Timor-Leste, formada principalmente por membros do Exército Australiano) para pacificar a
situação e manter a paz.
Em
1999, o governo indonésio decidiu, sob forte pressão internacional, realizar um
referendo sobre o futuro de Timor-Leste. Portugal, que
desde a invasão do território lutava pela sua independência, obteve alguns
aliados políticos, em primeiro lugar na União
Europeia, e depois de vários países do mundo, para pressionar a Indonésia.
O referendo, realizado a 30 de agosto de 1999, deu uma clara maioria (78,5%) a
favor da independência, rejeitando a proposta alternativa de Timor-Leste ser
uma província autónoma no seio da Indonésia,[1] conhecida
como a Região Autónoma Especial de Timor-Leste (RAETL).
Violência
Imediatamente
após a publicitação dos resultados da votação, as forças paramilitares
pró-indonésias de Timor-Leste, apoiadas, financiadas e armadas pelos militares
e soldados indonésios realizaram uma campanha de violência e terrorismo de
retaliação pelo resultado.[1] Cerca
de 1 400 timorenses foram mortos e 300 000 timorenses foram forçados
a deslocar-se para Timor Ocidental, a parte indonésia da ilha de Timor, como
refugiados. A maioria da infraestrutura do país, incluindo casas, escolas,
igrejas, bancos, sistemas de irrigação, sistemas de abastecimento de água e
quase 100% da rede elétrica do país foram destruídos. Segundo Noam
Chomsky: "Num mês, a grande operação militar assassinou cerca de
2 000 pessoas, estuprou centenas de mulheres e meninas, deslocou três
quartos da população e destruiu 75% das infraestruturas do país."[2]
Força
Internacional para Timor-Leste
Em
todo o mundo, especialmente em Portugal, Austrália e Estados
Unidos, os ativistas pressionaram os seus governos para tomarem medidas, e
o presidente dos Estados Unidos, Bill
Clinton, ameaçou a Indonésia com sanções económicas, como a retirada dos
empréstimos do Fundo Monetário Internacional.[3] O
governo da Indonésia aceitou retirar as suas tropas e permitir que uma força
multinacional no território para estabilização.[4] Ficou
claro que a ONU não tinha recursos suficientes para combater as forças
paramilitares diretamente. Em vez disso, a ONU autorizou a criação de uma força
militar multinacional conhecida como Força Internacional para
Timor-Leste (InterFET), com a Resolução 1264. A 20 de setembro de 1999
as tropas de paz da Força Internacional para Timor-Leste (InterFET), liderada
pela Austrália, foram implantadas no país, o que pacificou a
situação rapidamente.
As
tropas da InterFET eram provenientes de vinte países, sendo cerca de 9 900
no total, no início; destes, 5 500 vieram da Austrália, da Nova Zelândia
vieram 1 100 e ainda houve contingentes da Alemanha, Bangladexe, Brasil,
Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Irlanda,
Itália, Malásia, Noruega, Paquistão, Portugal, Quénia, Reino Unido, Singapura e
Tailândia. A força foi conduzida pelo major-general Peter
Cosgrove. As tropas desembarcam em Timor-Leste a 20 de setembro de 1999.
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