Díli,
17 ago (Lusa) - O KHUNTO, quinto partido mais votado nas legislativas de julho
em Timor-Leste, confirmou hoje estar pronto a juntar-se à Fretilin e ao PLP na
coligação governamental, cuja composição deverá ser anunciada na próxima
semana.
"O
KHUNTO esta pronto para fazer coligação e na próxima semana concretizaremos a
coligação. Vamos explicar a decisão aos nossos militantes numa reunião no domingo",
disse aos jornalistas José dos Santos Naimori Bukar, fundador do Kmanek Haburas
Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
Naimori
Bukar falava depois de uma reunião de cerca de 70 minutos de delegações da
Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e do Kmanek
Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
O
encontro permitiu confirmar o modelo de coligação para o executivo que, na
quarta-feira, já tinha também sido apoiado pelo Partido Libertação Popular
(PLP), terceiro mais votado a 22 de julho.
José
Turquel, conselheiro nacional do KHUNTO, disse à Lusa que as decisões sobre a
composição do executivo serão tomadas na próxima semana, considerando haver
muitos paralelismos nos objetivos de governo.
"O
KHUNTO quer estabilidade governativa, estabilidade nacional, paz,
desenvolvimento. São chave, indiscutíveis e nessas vertentes o partido KHUNTO
partilha dos mesmos objetivos. Não temos diferenças grandes e há por isso um
ponto de partida para concretizar esses objetivos", disse.
Mari
Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, confirmou que a coligação será a três,
com o PLP e com o KHUNTO, apesar das reuniões ainda previstas na sexta-feira
com o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e o Partido
Democrático (PD).
"Os
três aceitaram a coligação. O CNRT mantém a sua posição de oposição
construtiva. Queremos fazer do Parlamento um fórum de concertação e não de
confrontação. Com o PD vamos conversar sobre o que vai fazer", disse.
"Primeiro
temos que ver quantos membros do Governo e depois a distribuição. Tenho dito a
todos que quero um Governo pequeno", frisou.
Alkatiri
confirmou que a Fretilin ainda não decidiu quem será o primeiro-ministro e
confirmou preferir que os três partidos da coligação levem ao chefe de Estado o
nome do próximo chefe do Governo.
"Preferira
que sim, ainda que constitucionalmente não seja necessário. Mas se estamos
todos no barco, devemos andar juntos. Se o barco se afundar vamos todos, se
não, vamos fazer uma viagem de cinco anos", afirmou.
Como
tarefas principais para o próximo Governo, Mari Alkatiri disse que vão assentar
sobre os "seis Hs", nomeadamente 'hadia' (corrigir), 'harii'
(construir), 'hametin' (florescer, no sentido de desenvolver e progredir),
'habelar' (expandir) e 'hamos kkn' (limpar a corrupção, conluio e nepotismo).
Tanto
o PLP como o KHUNTO são estreantes no Parlamento Nacional - onde a tomada de
posse dos novos 65 deputados eleitos está prevista para segunda-feira - e
deverão ambos contribuir com alguns elementos para o elenco governativo.
Na
próxima terça-feira uma delegação com os líderes das três forças políticas deverá
reunir-se com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, para apresentar o
nome do primeiro-ministro. Atualmente, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin,
é o mais apoiado.
Depois
disso será formado o VII Governo constitucional.
No
encontro de hoje, Alkatiri liderou a delegação da Fretilin, da qual fizeram
ainda parte o secretário-geral adjunto, José Reis, o vice-presidente, Francisco
Branco, a secretária-geral da organização da mulher do partido, Merita Alves, e
o segundo adjunto, Flávio Silva, entre outros.
A
delegação do KHUNTO foi liderada pela presidente do partido, Armanda Berta dos
Santos e incluía, entre outros, o secretário-geral, José Agostinho da Silva, o
conselheiro e fundador José Dos Santos Naimori Bukar e o conselheiro nacional
José Turquel.
ASP
// EJ | Foto TATOLI
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