Díli,
15 nov (Lusa) - As forças de defesa timorense estão sem dinheiro para rações de
combate, manutenção de viaturas e outros gastos operacionais e vão acumular
dívidas a fornecedores até que a situação do Governo esteja regularizada, disse
hoje o comandante nacional.
"Quando
não há [orçamento] retificativo, não há dinheiro, temos problemas. Já disse aos
oficiais e sargentos para se desenrascarem, como nos desenrascámos há 24
anos", disse hoje o comandante das Forças de Defesa de Timor-Leste
(F-FDTL), o major general Lere Anan Timur.
"São
precisos fundos para rações de combate, manutenção de carros, outros aspetos do
trabalho e operação. Contactámos com duas empresas para saber se estavam
disponíveis para trabalhar a crédito connosco e uma disse que sim. Esperemos
que a situação do Governo se estabilize e depois possamos pagar tudo",
afirmou.
Lere
Anan Timur falava aos jornalistas depois da reunião semanal que manteve hoje
com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, durante a qual o informou da
situação das forças armadas, incluindo a situação financeira.
"Estamos
agora a começar a fazer dívidas. Ainda não temos, mas estamos a começar",
afirmou.
No
diálogo com Lu-Olo, o comandante das F-FDTL disse ter dado conta "da
situação de segurança no país e a situação das Forças Armadas",
especialmente no atual contexto de incerteza política - o programa do Governo
foi chumbado pela oposição e um segundo chumbo implica a queda do executivo.
"Visitei
os vários componentes, reuni-me com oficiais e sargentos a quem deixei uma
mensagem e um apelo de que cumpram o dever militar, especialmente dada a
situação sensível do momento político atual", afirmou.
"Sobre
a situação política, a nossa ordem aos oficias e sargentos é que a posição das
forças armadas é de que a primeira prioridade é proteção dos bens do Estado e
bens da população. Essa é a primeira prioridade. Interviremos se for necessário
proteger a população indefesa", considerou.
Lere
Anan Timur deixou ainda um apelo aos líderes políticos do país para que atuem
com bom senso a pensar na melhor solução para o país, afirmando que não espera
uma repetição da crise que o país viveu em 2006-2007.
"A
crise de 2006 foi uma grande lição para as forças armadas e não vão cometer o
mesmo erro. Pode ser outro erro, mas aquele já não. Aquilo foi uma grande lição
para nós", disse.
ASP
// FV
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