Díli,
08 nov (Lusa) - O Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo,
recebe na sexta-feira em Díli os três bispos timorenses para ouvir a sua
opinião sobre a situação política em Timor-Leste e a eventual queda do Governo.
Em
comunicado, a Presidência explica que a reunião com os bispos Basílio de
Nascimento, da diocese de Baucau, Virgílio do Carmo da Silva (Díli) e Norberto
do Amaral (Maliana) decorre na manhã de sexta-feira no Palácio Presidencial, na
capital timorense.
"O
Presidente quer reunir-se com os bispos das Dioceses de Baucau, Díli e Maliana
para ouvir a sua opinião relativamente à situação política que a nação
enfrenta, na sequência da oposição no Parlamento Nacional ter rejeitado o
Programa do VII Governo Constitucional", explica a nota.
O
comunicado recorda que a Igreja Católica em Timor-Leste teve um papel
importante na luta pela independência e continua a ter um papel significativo
"na construção da nação" timorense.
Além
dos líderes religiosos, explica a nota, o chefe de Estado quer ouvir a opinião
da sociedade civil e de outras entidades que possam contribuir para encontrar
uma solução política benéfica para Timor-Leste.
No
domingo, o gabinete do Presidente já tinha anunciado um encontro a 15 de
novembro com os líderes dos três maiores partidos timorenses, nomeadamente Mari
Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin), Xanana Gusmão presidente do Conselho Nacional de Reconstrução de
Timor-Leste (CNRT) e Taur Matan Ruak presidente do Partido de Libertação
Popular (PLP).
O
Governo minoritário, apoiado pelos 23 deputados da Fretilin mais sete do
Partido Democrático (PD), enfrentou uma moção de rejeição ao seu programa
aprovada no mês passado pelo bloco da oposição, que integra o CNRT, PLP e o
Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
O
executivo está a preparar um novo programa do Governo, a apresentar até final
do ano, tendo hoje aprovado o Orçamento Retificativo para 2017 que vai ser
entregue no Parlamento Nacional na quinta-feira.
A
oposição contestou já, quer a decisão do Governo de apresentar o orçamento -
argumentando que há dinheiro nas contas públicas suficiente até ao final do ano
-, quer o facto de o apresentar antes de voltar a levar aos deputados o novo
programa.
Se
o programa do Governo voltar a ser chumbado, o executivo cai e o Presidente da
República tem de decidir se opta por outra solução governativa dentro do atual
cenário parlamentar ou se convoca novas eleições.
Após
as eleições, o CNRT, que foi o segundo partido mais votado, anunciou que
pretendia ser oposição, mas agora aprovou encetar conversações formais para a
constituição de uma Aliança de Maioria Parlamentar (AMP) que quer ser
alternativa ao Governo da Fretilin.
ASP
// FPA
Sem comentários:
Enviar um comentário