quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Governo timorense aprova Orçamento Retificativo para 2017

Díli, 08 nov (Lusa) - O Governo timorense aprovou hoje em Conselho de Ministros o Orçamento Retificativo para 2017 que prevê gastos totais este ano de 1,6 mil milhões de dólares, e que vai agora ser enviado ao Parlamento Nacional para debate e aprovação.

Segundo refere o executivo em comunicado o documento foi guiado pela "nova política e pela necessidade de responder à estrutura orgânica do VII Governo Constitucional".

Procura ainda assegurar com urgência "o cumprimento dos compromissos assumidos, (...) melhorar a formulação e execução de políticas públicas e (...) fortalecer o plano de desenvolvimento a longo prazo" do país.

"O objetivo de contenção de despesas do executivo foi também uma parcela fundamental da equação", refere o executivo, que confirma que a proposta vai ser entregue no Parlamento Nacional na quinta-feira.


O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, disse no sábado à Lusa em Perth que o Orçamento Retificativo aumenta as contas públicas anuais de cerca de 1,34 mil milhões para cerca de 1,66 mil milhões de dólares.

Segundo o comunicado de hoje, as receitas totais do Estado este ano - petrolíferas e não petrolíferas - ascendem a 1,87 mil milhões de dólares.

Durante o encontro de hoje, o Conselho de Ministros analisou ainda as alterações ao texto do Programa do Governo, que foi alvo de uma moção de rejeição no Parlamento Nacional em outubro. A lei timorense determina que um novo chumbo ao texto implica a queda do Governo.

As mudanças incidem, explica o Governo, "sobre questões específicas e de pormenor, identificadas pela equipa da Unidade de Planeamento, Monitorização e Avaliação que está a elaborar o documento sob direção dos ministros na Presidência do Conselho de Ministros, Adriano do Nascimento, e do Plano e das Finanças, Rui Gomes.

Trata-se, sustenta, de um documento orientado pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED) e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, "favorecendo a política de diversificação da economia para proporcionar independência financeira das receitas petrolíferas".

Aponta uma "visão inclusiva, de defesa da justiça e de promoção da prosperidade, expressa num documento de rigor e detalhe" que, argumenta o executivo, "permitirão ao Governo responder às preocupações levantadas pelos deputados durante a primeira apreciação, no mês passado, no Parlamento Nacional".

O executivo explica que tenciona apresentar o programa ao Parlamento "ainda este ano".

O Conselho de Ministros aprovou também a lei orgânica do VII Governo, um documento apresentado pelo primeiro-ministro e que "define a estrutura do executivo e a distribuição das competências dos diversos ministérios e secretarias de Estado".

O Governo explica que as alterações face à estrutura do VI Governo pretendem "dar mais eficiência aos recursos públicos e valorizar os recursos humanos no processo de modernização" nas instituições públicas.

Na nova estrutura, desaparecem os cargos de ministros coordenadores, "cujas atribuições de coordenação regressam ao primeiro-ministro", apoiado por novos ministros integrados na estrutura da Presidência do Conselho de Ministros, "que passa a ter atribuições específicas em áreas como a Segurança Nacional, Delimitação de Fronteiras e Governação".

A estrutura extingue o Ministério do Planeamento e Investimento Estratégico, que era tutelado por Xanana Gusmão, "ficando quase todas as suas atribuições asseguradas pelo novo Ministério do Desenvolvimento e Reforma Institucional", cargo tutelado por Mari Alkatiri.

O planeamento orçamental passa a ficar totalmente a cargo do Ministério do Plano e das Finanças, sendo que algumas áreas ganham autonomia, como é o caso da nova Secretaria de Estado dos Veteranos, que passa para a dependência direta do primeiro-ministro, "demonstrando a relevância que o Governo dá aos Combatentes da Libertação Nacional", explica o executivo.

Também a Juventude, agora associada ao Trabalho, passa a depender diretamente do primeiro-ministro sendo criada a Secretaria de Estado do Desporto e da Promoção da Alta Competição.

ASP // VM

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