sábado, 3 de fevereiro de 2018

Fundação Mahein: Forças Defesa timorenses devem dar prioridade ao componente naval


A organização timorense Fundação Mahein (FM) defendeu ontem que o desenvolvimento da capacidade operacional do componente naval deve ser a prioridade das forças de Defesa, ajudando assim a proteger os importantes recursos marítimos de Timor-Leste.

"As F-FDTL devem concentrar-se no desenvolvimento das capacidades que podem apoiar o desenvolvimento socioeconómico de Timor-Leste, proteger os seus recursos naturais e aumentar a sua cooperação internacional em matéria de segurança, mantendo um grau de capacidade de dissuadir a agressão externa", defendeu a organização em comunicado.

"Talvez a capacidade mais importante envolva o patrulhamento de águas territoriais. Neste ponto, a prioridade da F-FDTL deve ser o seu Componente Naval", defende a organização.

As Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), que tiveram como precursor as Falintil, o braço armado da resistência timorense à ocupação indonésia, cumprem ontem 17 anos.

Por ocasião da comemoração, a FM recorda que os "incidentes de pesca ilegal no ano passado demonstraram que o controle de Timor-Leste sobre suas próprias águas territoriais é muito limitado".

Por isso, e para garantir a proteção do enorme valor económico dos mares, tanto na pesca como no turismo, é essencial defende a FM que o "desenvolvimento da capacidade operacional do Componente Naval seja a principal prioridade da organização no futuro".

Para a FM o 17º aniversário das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), comemorado ontem, deve ser um ponto de "reflexão" sobre o futuro da organização e sobre as melhores formas de servir a nação.

Um futuro, defende, que passa por crescente cooperação com as forças dos países vizinhos, "um aspeto fundamental da segurança nacional de Timor-Leste" e que é crucial para "a capacitação, familiaridade, desenvolvimento de capacidade e cooperação de segurança internacional".

Em particular a FM destaca a cooperação com as Força Defesa Australiana (ADF na sua sigla em inglês) e com as forças armadas indonésias (TNI) e a aposta em "parcerias estratégicas com uma ampla gama de países, particularmente aqueles ativos nas regiões do Sudeste Asiático e da Oceânia".

Entre outros aspetos a FM defende melhorias à capacidade de engenharia das F-FDTL "para auxiliar nos esforços de infraestrutura" e mais atenção a temas como a "manutenção da paz internacional", que daria mais experiência aos efetivos timorenses.

Lusa | em SAPO TL

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