sexta-feira, 16 de março de 2018

Chuvas torrenciais provocam danos em casas e estradas em Timor-Leste - autoridades


Chuvas torrenciais que assolaram praticamente todo o território timorense esta semana causaram graves danos a estradas e casas em vários pontos do país, disseram hoje à Lusa diferentes autoridades timorenses.

A situação agravou-se durante a noite de quarta-feira e madrugada de hoje com grande parte do país a ter chuvas torrenciais, que no caso da capital provocaram danos em dezenas de casas.

Vários espaços públicos, incluindo escolas, estavam hoje inundados, com os sistemas de drenagem, alguns recentemente construídos, incapazes de aguentar a elevada chuva e, em particular, os detritos - incluindo terra e pedras - que a água arrastava.

Na zona oriental da cidade, os habitantes das colinas tiveram uma noite "muito difícil", como explicou à Lusa um dos jovens que hoje estava a ver os danos provocados pela chuva.

No que toca às estradas, a circulação, tanto para oeste como para sul, para quem viaja da capital, está bastante dificultada, como confirmou à Lusa Mariano Renato da Cruz, vice-ministro de Desenvolvimento para Obras Públicas.

Na zona entre Liquiçá e Maubara, por exemplo, a estrada - cujas obras ficaram prontas há menos de um ano - ficou cortada devido a um grande deslizamento de terras, que chegou a prender um camião, sem vítimas a registar.

"Temos equipas a avaliar a situação e a determinar exatamente se a empresa responsável pela obra tem ou não responsabilidade nisto. Estamos a recolher os dados e depois vamos decidir como atuar", explicou.

Igualmente problemático é o acesso para sul, na zona de Dare onde a estrada está praticamente intransitável com sucessivos abatimentos a deixar a estrada em "muito mau estado", segundo o vice-ministro.

"Estamos também a ver a situação. Precisamos de tomar medidas imediatas, provisórias, para permitir melhorar o tráfico ali, mas depois precisamos fazer um estudo mais adequado para tomar decisões mais permanentes", explicou.

O vice-ministro sublinhou que houve várias zonas da capital que não aguentaram a chuva, com cheias a afetarem muitas casas.

"Houve problemas em vários pontos da cidade. O sistema de drenagem não é muito bom. E o problema não é só água mas outro material que vem nos rios e nas ribeiras, como terra e pedras", afirmou.

"Tivemos ajuda das Águas de Portugal a fazer um estudo para implementar um 'masterplan' em Díli mas ainda não podemos avançar. Por isso temos feito intervenções para resolver apenas coisas a curto prazo, mas não a longo prazo", afirmou.

O impacto das chuvas em Díli tem sido cada vez maior com a cidade a ter hoje mais habitantes do que nunca, muitos a construírem ilegalmente em zonas que, outrora, eram de armazenamento ou de escoamento de água.

Lixo, assoreamento nas ribeiras e sistemas de drenagem que em muitas zonas são desadequados - há zonas onde foram instalados mas sem ligação a qualquer lado, por exemplo - agravam o problema.

O facto de muitos residentes da cidade, especialmente os que migraram de outros distritos, terem construído as suas casas nas montanhas e colinas que rodeiam a cidade implica que a erosão é cada vez maior.

Lusa | em TSF | Imagens em Facebook TA

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