Díli, 18 jun (Lusa) - O banco
australiano ANZ anunciou hoje que vai fechar, a partir de setembro, a sua
atividade de retalho concentrando-se apenas no setor comercial, considerando
que essa é a melhor de apoiar os principais clientes da instituição.
Em comunicado divulgado hoje o
banco explica que todos os produtos e serviços de retalho vão fechar a 28 de
setembro deste ano e que a instituição "vai reorientar os seus negócios em
Timor-Leste para banca comercial".
"A nossa prioridade
estratégica em todo o Pacífico é construir um negócio sustentável, o que
significa concentrar os nossos esforços e capital onde podemos ter o impacto
mais forte", explicou Tessa Price, responsável regional do ANZ para o
Pacífico.
Price considera que o ANZ é
"o maior banco comercial em Timor-Leste" orientando a sua ação para
apoio a "clientes impulsionados pelos fluxos de comércio e capital na
região" e que no retalho é "o menor de todos os bancos em
Timor-Leste, com menos de 2 por cento de quota de mercado".
"Estamos confiantes que
Timor-Leste irá desfrutar de prosperidade económica a longo prazo e,
concentrando-se na banca comercial, podemos ter um impacto ainda maior no
bem-estar dos nossos clientes e da comunidade aqui", sublinhou.
Andre Young, responsável do banco
em Timor-Leste, disse que a decisão pretende criar um "banco mais simples,
com um foco claro em serviços bancários comerciais" e capaz de
"oferecer melhor serviço aos clientes comerciais, investindo os esforços e
recursos no negócio".
"Continuamos comprometidos
com Timor-Leste, onde estamos presentes desde 2001, e continuaremos a fornecer
produtos internacionais para atender os clientes comerciais da região, com foco
no comércio e nos mercados globais", frisou.
Young garantiu que todos os
funcionários no setor de retalho terão outros cargos noutras áreas do banco.
Uma porta-voz do ANZ disse à Lusa
que o fim do componente de retalho "não terá um impacto nos custos de
fundos".
A mesma fonte negou à Lusa que a
decisão do banco tenha a ver com a situação económica e política que
Timor-Leste viveu no último ano, com o impasse entre Governo e parlamento a
levar a eleições antecipadas.
O país ainda está à espera da formação
do novo Governo e da aprovação de orçamento para este ano, com Timor-Leste a
viver com duodécimos desde janeiro.
No final de março deste ano,
segundo informação publicada pelo ANZ, o banco tinha empréstimos a clientes no
valor de 43 milhões de dólares - o segundo maior volume do sistema financeiro
de Timor-Leste, atrás do timorense BNCTL.
O banco tinha depósitos de
clientes no valor de 139,33 milhões de dólares, com depósitos de 139,33
milhões, o terceiro maior valor das seis instituições financeiras que operam no
país.
ASP // VM
Sem comentários:
Enviar um comentário