Díli, 18 jun (Lusa) - Taur Matan
Ruak foi indigitado primeiro-ministro de Timor-Leste pela coligação Aliança de
Mudança para o Progresso (AMP), vencedora das legislativas de maio, quee
informou dessa decisão a Presidência da República na semana passada, disseram
hoje à Lusa fontes partidárias.
Antigo chefe de Estado e
presidente do Partido Libertação Popular (PLP), uma das três forças que
integram a AMP, Taur Matan Ruak era número dois da lista da coligação, atrás do
líder histórico Xanana Gusmão, que vai assumir o cargo de ministro Conselheiro
do primeiro-ministro.
As mesmas fontes confirmaram que
Xanana Gusmão, que é presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense
(CNRT), não vai ter competências formalmente atribuídas no organigrama do
executivo, mas terá liberdade para apoiar todo o Governo.
Fonte da AMP confirmou à Lusa que
a indigitação de Taur Matan Ruak foi enviada na quinta-feira para o Presidente
da República, Francisco Guterres Lu-Olo, que hoje anunciou para terça-feira uma
ronda de contactos com as forças políticas com assento parlamentar tendo em
vista a "indigitação" do primeiro-ministro.
A expectativa da AMP é que o
calendário seja agora acelerado e que a tomada de posse do VIII Governo
constitucional possa ocorrer ainda esta semana, referiam outras fontes do CNRT
e do PLP ouvidas pela Lusa.
Xanana Gusmão terá,
juridicamente, o estatuto de ministro de Estado - ainda que isso não figure na
sua nomenclatura -, devendo Agio Pereira ser outro ministro de Estado, com a
competência idêntica à que tinha no VI Governo, e cuja designação era ministro
da Presidência do Conselho de Ministros.
No topo do executivo estará outra
figura do CNRT, nomeadamente o seu secretário-geral, Francisco Kalbuadi Lay,
que será ministro Coordenador e terá a tutela sobre as pastas de Comércio,
Indústria, Turismo e Ambiente, referiram as mesmas fontes.
Quinto na hierarquia do Governo
será o número dois do PLP, Fidelis Magalhães, que depois de ter liderado na
última legislatura a bancada do seu partido passa agora a ter as competências
de ministro para os Assuntos Parlamentares e da Administração.
Fonte da AMP confirmou à Lusa que
no passado fim de semana a composição final do executivo ainda estava a ser
fechada pelos principais líderes.
Ainda assim há já vários nomes
confirmados, muitos deles já membros de anteriores executivos, nomeadamente o
VI Governo constitucional, ainda que agora estejam em pastas diferentes.
Gastão Sousa que foi ministro das
Obras Públicas vai substituir Xanana Gusmão na sua última pasta, como ministro
do Planeamento e Investimento Estratégico, Alfredo Pires deverá manter a paste
de Petróleo e Recursos Minerais e Tomás Cabral vai passar a ministro da
Administração Estatal.
Dionisio Babo, que liderou a
Administração Estatal no VI Governo, deverá ser o novo ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação.
Outros dos nomes dados como
certos por fontes da AMP é o de Armanda Berta, a presidente do Kmanek Haburas
Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) - o outro parceiro da coligação - que vai
ocupar a importante paste de ministra da Solidariedade Social.
Globalmente o Governo deverá ter
cerca de 40 elementos, integrando membros dos três partidos da AMP, com o
elenco a ser conhecido, previsivelmente, esta semana.
ASP // EL
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