Cerca de 1,2 bilhão de crianças,
mais da metade das que existem no mundo, estão ameaçadas pela guerra, pela
pobreza ou pela discriminação sexual, revelou a organização Save the Children
em um relatório divulgado nesta quarta-feira (30).
Intitulado "As muitas faces
da exclusão", o relatório classifica 175 países segundo três ameaças:
trabalho infantil, exclusão da educação e casamento infantil (com o risco de
gravidez precoce).
O estudo da ONG com sede no Reino
Unido conclui que 1,2 bilhão de crianças correm perigo de serem atingidas por
algum desses três fatores.
Oito dos 10 países com pior
classificação estão no oeste ou no centro da África, enquanto os países com
menor incidência desses problemas são Singapura e Eslovênia.
A Espanha é o 14º melhor país do
mundo para fugir dessas ameaças, enquanto o primeiro latino-americano é o Chile
(58º) e o pior é a Guatemala (152º).
"Mais da metade das crianças
do mundo começa suas vidas com um lastro porque são meninas, pobres, ou crescem
em zona de guerra", explicou Helle Thorning-Schmidt, diretora executiva da
ONG.
"Os governos podem e devem
fazer mais para dar a todas as crianças o melhor começo de vida possível",
acrescentou.
"O fato de existirem países
com os mesmo níveis de renda que produzem resultados tão diferentes para as
crianças demonstra que as políticas, o financiamento e o compromisso político
marcam a diferença".
O relatório afirma que mais de um
bilhão de crianças vivem em países afetados pela pobreza e 240 milhões em países
afetados por conflitos.
Mais de 575 milhões de meninas
vivem em países onde a discriminação de gênero é "um tema grave".
Em 20 países, entre eles Sudão do
Sul, Iêmen e Afeganistão, 153 milhões de crianças vivem ameaçadas pelos três
parâmetros de risco usados pela Save the Children, sendo Níger o pior avaliado
do mundo.
AFP | em EM
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