quinta-feira, 21 de junho de 2018

Parlamento timorense vai ter sete bancadas, com coligações a dividirem-se em partidos

Díli, 21 jun (Lusa) - O Parlamento Nacional timorense vai ter sete bancadas, com as coligações eleitas a dividirem-se em partidos e com a Fretilin, na oposição, a ter o maior número de deputados, foi hoje confirmado no plenário.

A decisão já tinha sido avançada esta semana na conferência de líderes, acabando por ser hoje debatida numa sessão plenária extraordinária do parlamento, que confirmou a divisão da coligação da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) em três bancadas, uma por cada um dos três partidos que a compõem.

Com a divisão em bancadas partidárias, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), segunda força política mais votada nas eleições de 12 de maio, passa a ser a maior no Parlamento Nacional (com 23 deputados).

Seguem-se as três bancadas que integram a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), nomeadamente os 21 deputados do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), os oito deputados do Partido Libertação Popular (PLP) - a força política liderada pelo primeiro-ministro nomeado, Taur Matan Ruak - e os cinco deputados do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Depois segue-se a bancada de cinco deputados do Partido Democrático (PD) e finalmente duas que resultaram de divisões entre os três partidos da Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD).

A FDD é representada no Parlamento Nacional por três deputados, um de cada partido, tendo sido dissolvida pouco depois da tomada de posse, com divisões a evidenciaram-se logo nos primeiros dias, incluindo na eleição do presidente e restantes elementos da mesa.

António de Sá Benevides, do Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD), tem votado com as bancadas da oposição, enquanto Gilman dos Santos, da União Democrática Timorense (UDT), e Isabel Ximenes, da Frente Mudança (FM), têm votado com os partidos do Governo.

Inicialmente a FDD iria dividir-se em três bancadas, mas o facto de Isabel Ximenes fazer parte da mesa implica que não poderá ter uma bancada própria pelo que deverá fazer bancada com Gilman dos Santos.

Durante a sessão de hoje foram ainda registados pedidos de substituição temporária e de renúncia de vários deputados que na sexta-feira vão tomar posse como membros do VIII Governo constitucional.

Fidelis Magalhães, que segundo fontes partidárias vai ser ministro para os Assuntos Parlamentares e da Administração, pediu renuncia do mandato.

Entre os que pediram substituição contam-se António Verdial de Sousa, Armanda Berta, Dionísio Soares, Jacinto Rigoberto Gomes de Deus, José Agostinho da Silva e Virgílio Smith.

A bancada da Fretilin ainda contestou o facto de no arranque da legislatura os dois líderes máximos da AMP, Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, terem renunciado aos mandatos antes sequer de terem tomado posse.

Ainda hoje foi autoriza a visita que o Presidente da República efetua na próxima semana a Jakarta, no que será a sua primeira deslocação ao estrangeiro desde que tomou posse a 20 de maio.

ASP // FPA

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