Díli, 21 jun (Lusa) - O
Parlamento Nacional timorense vai ter sete bancadas, com as coligações eleitas
a dividirem-se em partidos e com a Fretilin, na oposição, a ter o maior número
de deputados, foi hoje confirmado no plenário.
A decisão já tinha sido avançada
esta semana na conferência de líderes, acabando por ser hoje debatida numa
sessão plenária extraordinária do parlamento, que confirmou a divisão da
coligação da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) em três bancadas, uma
por cada um dos três partidos que a compõem.
Com a divisão em bancadas
partidárias, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin),
segunda força política mais votada nas eleições de 12 de maio, passa a ser a
maior no Parlamento Nacional (com 23 deputados).
Seguem-se as três bancadas que
integram a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), nomeadamente os 21
deputados do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), os oito
deputados do Partido Libertação Popular (PLP) - a força política liderada pelo
primeiro-ministro nomeado, Taur Matan Ruak - e os cinco deputados do Kmanek
Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
Depois segue-se a bancada de
cinco deputados do Partido Democrático (PD) e finalmente duas que resultaram de
divisões entre os três partidos da Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD).
A FDD é representada no
Parlamento Nacional por três deputados, um de cada partido, tendo sido
dissolvida pouco depois da tomada de posse, com divisões a evidenciaram-se logo
nos primeiros dias, incluindo na eleição do presidente e restantes elementos da
mesa.
António de Sá Benevides, do
Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD), tem votado com as
bancadas da oposição, enquanto Gilman dos Santos, da União Democrática Timorense
(UDT), e Isabel Ximenes, da Frente Mudança (FM), têm votado com os partidos do
Governo.
Inicialmente a FDD iria
dividir-se em três bancadas, mas o facto de Isabel Ximenes fazer parte da mesa
implica que não poderá ter uma bancada própria pelo que deverá fazer bancada
com Gilman dos Santos.
Durante a sessão de hoje foram
ainda registados pedidos de substituição temporária e de renúncia de vários
deputados que na sexta-feira vão tomar posse como membros do VIII Governo
constitucional.
Fidelis Magalhães, que segundo
fontes partidárias vai ser ministro para os Assuntos Parlamentares e da
Administração, pediu renuncia do mandato.
Entre os que pediram substituição
contam-se António Verdial de Sousa, Armanda Berta, Dionísio Soares, Jacinto
Rigoberto Gomes de Deus, José Agostinho da Silva e Virgílio Smith.
A bancada da Fretilin ainda
contestou o facto de no arranque da legislatura os dois líderes máximos da AMP,
Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, terem renunciado aos mandatos antes sequer de
terem tomado posse.
Ainda hoje foi autoriza a visita
que o Presidente da República efetua na próxima semana a Jakarta, no que será a
sua primeira deslocação ao estrangeiro desde que tomou posse a 20 de maio.
ASP // FPA
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