Porto, 01 jun (Lusa) -- O
Presidente da República apelou hoje ao reforço da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), sublinhando que não se pode perder tempo e que o
ciclo geoestratégico e político em que se vai entrar a isso obriga.
"Temos de recuperar o tempo
perdido, porque é crime perder tempo", alertou Marcelo Rebelo de Sousa,
numa intervenção na sessão de abertura da Grande Conferência de 130.º
aniversário do JN "A Falar nos entendemos: A Língua como ativo
estratégico", que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto.
Num discurso dirigido ao
presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, país que vai presidir à CPLP
dentro de menos de dois meses, o chefe de Estado declarou que partia da cidade
do Porto "uma mensagem de apoio", mas "também de apelo", de
que não se podia perder mais tempo.
"Não podemos perder Estados,
não podemos perder poderes políticos, não podemos perder iniciativa económica,
não podemos perder instituições sociais, não podemos perder comunicação social,
não podemos perder esse tempo", enumerou, considerando que o "ciclo
geoestratégico e político" em que se vai entrar "apela ao reforço da
CPLP".
"O mundo ganha com o reforço
da CPLP, porque é um mundo onde o multilateralismo está a ser substituído pelo
mundo unilaterista, porque é um mundo cada vez mais imprevisível, porque é um
mundo em que se não houver plataformas e pontes e diálogos, há retrocessos e
não há avanços e nós queremos avanços feitos todos os dias. Temos que trabalhar
para eles".
Marcelo apelou também a Portugal,
para que possa "coadjuvar em termos de secretariado executivo" durante
a presidência de Cabo Verde na CPLP.
Todos podem e devem desenvolver
"as suas pistas próprias de afirmação", mas não devem desperdiçar
"um trunfo", que é "irrepetível", ou seja a "língua
portuguesa", acrescentou.
À saída da conferência, o
Presidente da República voltou a ouvir criticas e lamentos de moradores do
centro da cidade que se queixavam de estarem a ser despejados das suas
habitações.
Um grupo de moradores esperou
quase três horas pela saída de Marcelo Rebelo de Sousa para reclamar "a
urgência de uma lei" que os proteja.
Acompanhado pelo presidente da
Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, o chefe de Estado reafirmou "que
vai sair em breve uma lei sobre despejos".
Uma das moradoras, com três
filhos menores de idade, chegou mesmo a dizer ao Presidente da República que
iria "a qualquer momento" ser posta na rua com as crianças.
CCM// VAM // Lusa
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