Jacarta, 22 jun (Lusa) - Um
tribunal da Indonésia condenou hoje a pena de morte o alegado líder do grupo
extremista Estado Islâmico na Indonésia, Aman Abdurrahman, acusado de ordenar
ataques a partir da prisão, incluindo um atentado suicida em 2016.
A leitura da sentença, em
Jacarta, foi acompanhada com uma forte presença policial, e aconteceu num clima
de tensão, após vários ataques reivindicados pelo grupo extremista no último
mês.
Abdurrahman, que se recusou a
reconhecer a autoridade do tribunal, por ser secular e não reconhecer a lei
Sharia (leis fundadas na religião e baseadas nas escrituras sagradas),
ajoelhou-se e beijou o chão enquanto os cinco juízes anunciavam a sentença.
Este tribunal considerou
verdadeira a acusação da Procuradoria Geral, que denunciou o religioso como o
principal tradutor indonésio da propaganda do Estado Islâmico e líder da Jemaah
Anshourut Haulah, uma rede de quase duas dezenas de grupos extremistas,
formados em 2015.
Entre os ataques ordenados por
Aman Abdurrahman, destaca-se um atentado suicida na capital do país, Jacarta,
em janeiro de 2016, que resultou na morte de quatro civis e quatro atacantes.
De acordo com a Procuradoria-Geral,
o religioso, através da sua sela na prisão,"conseguiu espalhar o radicalismo
e comunicar com os seus partidários através de visitas e videochamadas".
Atentados suicidas, em maio, em
Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia, mataram 26 pessoas, incluindo 13
agressores. Duas famílias realizaram os ataques, em que participaram crianças
de sete anos.
Estes ataques, a três igrejas
cristãs, são os mais mortíferos na Indonésia desde os atentados de 2005 em
Bali, nos quais morreram 20 pessoas e mais de 100 ficaram feridas.
Abdurrahman foi condenado à
prisão em 2004, depois de uma bomba que explodiu prematuramente numa casa em
Java Ocidental, e novamente em 2011 por ter contribuído na construção de um
campo de treino jihadista numa área montanhosa da província de Aceh.
MIM (FST)// JMC
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