Alunos timorenses incluídos
Os alunos da EPPU Bragança
preferiram tratar um tema bandeira da União Europeia e, num trabalho intitulado
"Unidos na Diversidade", juntaram diferentes nacionalidades dos que
frequentam esta escola, desde Angola à Ucrânia, Timor Leste e Suíça.
Bragança, 30 ago (Lusa) -- Os
pauliteiros de Miranda são únicos em Portugal, mas partilham com vários povos
europeus uma tradição que une a Europa através da dança dos paus, como mostra
um grupo de alunos de Miranda do Douro.
"É uma dança que ainda hoje
une muitos povos da Europa e muitas culturas", desde a Grécia, a França ou
a Escócia, segundo um trabalho realizado por um grupo de alunos do Agrupamento
de escolas de Miranda do Douro que ganhou como prémio uma visita à sede da
União Europeia, Bruxelas, entre terça e quinta-feira.
Com eles vão também alunos da
Escola Profissional Prática Universal (EPPU) de Bragança, que, com o trabalho
"Unidos na Diversidade", ganharam também o Prémio Escola na Europa
promovido há quatro anos pelo Eurodeputado José Manuel Fernandes para aproximar
os jovens das instituições e europeias.
Num vídeo de 20 minutos, os
alunos de Miranda do Douro, orientados por Duarte Martins, professor de
Mirandês, a segunda língua oficial de Portugal, focam-se nos pauliteiros,
emblemas da cultura mirandesa, e descobrem uma identidade partilhada com outros
povos europeus.
Quem for a Miranda ver os
pauliteiros assiste a um espetáculo de homens de saias, meias de lã, camisa
branca e colete, chapéus coloridos, que dançam cada um com dois paus a bater
alinhados com os pares.
São acompanhados pela
gaita-de-foles, o bombo, a caixa. Há quem diga que a origem é uma dança
guerreira deixada pelos gregos e romanos, outros dizem que têm a ver com
rituais de fertilidade agrária.
Mesmo ao lado, em Zamora, na
Catalunha ou no País Basco, em Espanha, os mesmos rituais dos paus, mas com
rapazes e raparigas a dançarem em conjunto, também acompanhados por tocadores.
Em França há também a dança dos
paus com homens e mulheres, eles vestidos com calças negras e elas com saia
vermelha.
Na Escócia, os paus são comuns,
mas os dançadores usam apenas um e vestem-se de negro com a cara tisnada,
chapéus de plumas, "como se de um bando de corvos se tratasse".
Os alunos de Miranda descobriram
também traços comuns nas danças pírricas da Grécia, com dançadores vestidos à
maneira greco-romana, com paus que parecem lanças.
Os alunos da EPPU Bragança
preferiram tratar um tema bandeira da União Europeia e, num trabalho intitulado
"Unidos na Diversidade", juntaram diferentes nacionalidades dos que
frequentam esta escola, desde Angola à Ucrânia, Timor Leste e Suíça.
O trabalho teve como base os
Direitos Humanos, Europa, multiculturalismo, interculturalismo, educação e
Erasmus+ e aborda a multiculturalidade existente na escola e os programas da
União Europeia para a integração e tolerância.
"Todos os seres humanos
nascem livres e iguais e devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade" é uma das citações da Declaração Universal dos Direitos do
Homem presente neste trabalho também premiado com a viagem a Bruxelas.
Ao todo são cerca de 20 jovens,
mais professores, que o eurodeputado levará na próxima semana a conhecer o
centro das decisões europeias, com visita incluída ao Parlamento Europeu.
José Manuel Fernandes entende que
"esta é uma boa forma de incentivar os jovens a estudarem, a conhecerem as
instituições da União Europeia, a sua importância e valores.
HFI // JAP
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