sexta-feira, 31 de agosto de 2018

José Ramos-Horta representa Timor-Leste no funeral de Kofi Annan em setembro


Díli, 31 ago (Lusa) - O ex-Presidente timorense e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, vai representar Timor-Leste nas cerimónias fúnebres do ex-secretário-geral das Nações Unidas, previstas para meados de setembro no Gana, disse o próprio à Lusa.

Ramos-Horta explicou à Lusa que, a pedido do primeiro-ministro Taur Matan Ruak, vai substituir Xanana Gusmão, que tinha sido inicialmente nomeado pelo Governo para representar Timor-Leste, mas que não pode estar presente devido a uma "agenda inadiável".

Xanana Gusmão evocou na quinta-feira o nome de Kofi Annan, durante a cerimónia do 19.º aniversário da consulta popular em que os timorenses votaram pela independência, afirmando que este ficará para sempre ligado a Timor-Leste.

O parlamento timorense aprovou na semana passada um voto de pesar pela morte de Kofi Annan no qual se reconhece a sua "contribuição no processo de luta pela libertação nacional e construção deste Estado".

"Kofi Annan, no seu mandato como secretário-geral da ONU, autorizou a realização do referendo em Timor-Leste e assistiu diretamente à restauração da independência, a 20 de maio de 2002 em Díli", referiu o parlamento.

Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU e prémio Nobel da Paz de 2001, morreu a 17 de agosto, aos 80 anos.

O Governo também já tinha expressado "profunda consternação e tristeza" com a morte de Kofi Annan, recordando o contributo pela paz e diálogo internacionais.

"A memória de Kofi Annan ficará para sempre ligada à história de Timor-Leste, já que trabalhou de forma incansável para o reconhecimento internacional do direito de autodeterminação do nosso povo e, na sequência da consulta popular que determinou a independência da nossa nação, lançou as bases em que assenta a construção do atual Estado timorense", lembrou o executivo.

Coube a Kofi Annan, poucos minutos antes das 00:00 de 20 de maio de 2002, entregar formalmente Timor-Leste aos timorenses, numa cerimónia que marcou a restauração da independência do país.

Annan tinha supervisionado a assinatura do histórico acordo de 05 de maio de 1999, entre Portugal e a Indonésia, o que permitiu o referendo em que os timorenses escolheram ser independentes.

ASP // JMC

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