Sidnei, Austrália, 13 ago (Lusa)
- Um grupo de mulheres na Austrália avançou com uma ação em tribunal contra a
farmacêutica Bayer pelos efeitos adversos causados pelo uso do método
contracetivo Essure, informaram hoje os advogados das queixosas citados pela
agência de notícias Efe.
A medida segue o exemplo de
outras queixosas em países como Espanha, Estados Unidos ou Canadá.
Em comunicado, o escritório de
advogados Slater e Gordon sublinhou que o Essure, vendido como um implante
"rápido, eficaz, minimamente invasivo", foi "incrivelmente
prejudicial para as mulheres".
Os advogados apontam para
centenas de mulheres em todo o país que sofreram complicações devido ao
implante, sem especificar um número.
Algumas das vítimas australianas
tiveram que remover o útero após o uso do dispositivo, como resultado da sua
oxidação e aumento dos níveis de níquel, o que causou problemas em outros
órgãos, refere a mesma nota.
As mulheres que utilizaram este
implante também sofreram complicações na regularidade de seus períodos, dores
abdominais, pélvicas e musculares, além da redução da libido.
Uma australiana, Tanya Davidson,
citada no documento, garante que viveu "oito anos de inferno" depois
do implante ter sido colocado.
Davidson sofria de perda de
cabelo, sangramento menstrual intenso, fadiga crónica, problemas gástricos, dor
aguda nos ovários e perda de funções cognitivas.
"A perda de funções
cognitivas foi o que mais me aterrorizou (...). Acordo todos os dias a sentir
uma nuvem no cérebro, tenho dificuldade em me lembrar de coisas simples como os
nomes de objetos quotidianos", explicou Tanya Davidson.
"Eu pensei que sofria de
Alzheimer", acrescentou a mulher, que começou a usar o implante em 2010.
JMC // MIM
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