Sydney,
Austrália, 20 ago (Lusa) - A Austrália renunciou hoje à legislação de redução
de emissões de gases com efeito de estufa, devido à oposição da maioria à
proposta do primeiro-ministro liberal Malcolm Turnbull.
Devido
à dependência maciça do carvão e da população relativamente restrita, 25
milhões de habitantes, a Austrália é um dos países que gera mais gases com
efeito de estufa por habitante.
Turnbull
reconheceu que ia renunciar, por falta de votos a favor, a inscrever na lei o
objetivo redução de emissões de gases com efeito de estufa, pondo fim a um
compromisso previamente anunciado.
Malcolm
Turnbull assumiu a chefia do Governo, em setembro de 2015, ao afastar o
antecessor Tony Abbott, membro do mesmo partido.
Foi
durante o executivo de Abbott que a Austrália se comprometeu a reduzir as
emissões em 26% em relação ao nível de 2015 e até 2030 para lutar contra o
aquecimento climático. Um objetivo considerado, na altura, insuficiente pelos
opositores.
Este
objetivo foi oficializado em dezembro de 2015 no âmbito do Acordo de Paris.
Turnbull,
considerado mais agressivo que o antecessor na questão das alterações
climáticas, pretendia inscrever este objetivo na lei, no âmbito do plano
energético denominado Nacional Energy Guaranty (NEG).
Mas
Abbott, que em 2015 considerou o objetivo dos 26% como "sólido, bom,
responsável do ponto de vista económico e ambiental", já não defende esta
opinião.
No
momento em que os consumidores australianos estão descontentes contra a subida
dos preços da eletricidade, devido ao encerramento de centrais de carvão,
Abbott manifestou-se contra a inscrição na lei daquele objetivo do Acordo de
Paris, tal como vários deputados de direita, que ameaçaram votar contra o plano
energético de Turnbull.
Estas
tensões entre a maioria governamental surgem quando as últimas sondagens
mostram uma quebra nos níveis de apoio ao centro-direita. As eleições
legislativas estão previstas para maio de 2019.
EJ
// MIM
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