Díli, 29 jan (Lusa) -- O ministro
indigitado da Saúde timorense mostrou-se hoje surpreendido por estar a ser alvo
de "ataques" ao seu caráter, com suspeitas de que é procurado pela
justiça, afirmando ter confirmado com o Ministério Público não ser suspeito em
nenhum caso.
"Hoje mesmo estive no
Ministério Público para saber se há alguma notificação, alguma questão em que
esteja envolvido. Mas disseram-me que não", afirmou Sérgio Lobo, em
declarações à Lusa.
"Estou um pouco admirado e
não sei por que estou a ser alvo deste tipo de perseguição. Que não faz
sentido", afirmou.
Lobo confirmou que a única
questão com a justiça ocorreu em novembro do ano passado quando foi notificado,
como testemunha, para prestar declarações sobre um barco-ambulância comprado
pelo IV Governo e que ficou sem funcionar, desde aí, depois de ter feito uma
única viagem.
"Fez a primeira viagem e
ficou parado até agora. Custou entre 400 e 500 mil dólares. Mas acho que não
tinha as condições técnicas", contou.
"Felizmente que, na altura,
não tínhamos técnicos no Ministério da Saúde e por isso pedi aos técnicos do
Ministério dos Transportes para avaliar. Eles mandaram uma equipa que disse que
estava tudo bem", recordou.
Depois dessa avaliação, disse,
aceitou receber formalmente o barco, "que ficou logo parado depois da
primeira viagem". Lobo garante que não é arguido no processo e que apenas
é testemunha.
Os comentários surgem depois de
uma semana de debates nas redes sociais provocados por "informações
divulgadas por perfis falsos" de que teria fugido do país para escapar a
um mandado de captura da justiça, rumores que acabaram por ser veiculados por
alguns órgãos de comunicação social timorenses.
"Comecei a receber
telefonemas de pessoas a perguntar onde estava. Disse-lhes que estava em Díli e
eles disseram que estavam a correr coisas no Facebook de que eu tinha
fugido", contou."Depois a notícia foi-se multiplicando e eu sem
perceber porquê", disse.
Lobo é um dos nove dirigentes
timorenses que foi indigitado para assumir uma pasta no VIII Governo, mas a
quem o Presidente da República recusou até agora dar posse -- meio ano depois -
por terem "o seu nome identificado nas instâncias judiciais competentes"
ou terem "um perfil ético controverso".
O agora consultor da ministra
interina da Saúde disse à Lusa que não entende os motivos pelos quais não pode
ainda tomar posse.
ASP // VM
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