Pequim, 24 abr 2019 (Lusa) - A
China ordenou hoje formalmente a detenção do ex-presidente da Interpol Meng
Hongwei, que desapareceu subitamente durante uma deslocação a Pequim, em
setembro passado, e foi posteriormente acusado de ter aceitado subornos.
O Supremo Tribunal Popular chinês
anunciou a acusação na quarta-feira.
Meng, de 64 anos, foi
vice-ministro da Segurança Pública até novembro de 2016, altura em que foi
nomeado para dirigir a organização policial internacional, com sede em Lyon,
França.
No mês passado, a Comissão
Central de Inspeção e Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC) disse que
uma investigação concluiu que Meng cometeu "graves violações da lei"
e falhou em cumprir princípios e implementar decisões do partido.
Meng foi então afastado de cargos
públicos e do Partido Comunista.
A mais ampla e persistente
campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente
chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão
e meio de funcionários do PCC.
Além de combater a corrupção, a
campanha tem tido como propósito reforçar o controlo ideológico e afastar
rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem
frequentemente "excesso de ambição política" ou
"conspiração".
O comunicado do órgão
anticorrupção máximo do PCC detalhou que Meng abusou do seu poder para
satisfazer o "estilo de vida extravagante" da sua família.
Meng "aceitou subornos e é
suspeito de infringir a lei", anunciou o ministério chinês de Segurança
Pública, em outubro passado.
A escolha de Meng para chefiar a
Interpol foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua
presença em organizações internacionais.
Meng perdeu o contacto com a
família depois de embarcar num avião para a China em 25 de setembro passado.
Depois de vários dias de silêncio
sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a
China confirmou a detenção.
Em 21 de novembro, a Assembleia
Geral da Interpol decidiu substituir Meng pelo sul-coreano Kim Jong Yang.
A organização recebeu no dia 7 de
outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não
seria o delegado da China naquele organismo.
JPI // FPA
Sem comentários:
Enviar um comentário