Redação, 26 abr 2019 (Lusa) - A
empresa China Civil Engineering Construction Corporation anunciou hoje a
assinatura de um contrato com a petrolífera timorense Timor Gap para a
construção de um porto numa unidade de processamento de gás natural em Beaço,
no sul de Timor-Leste.
Em comunicado enviado ao mercado
bolsista de Xangai, a China Civil Engineering Construction Corporation, uma
subsidiária da construtora estatal chinesa China Railway Construction
Corporation, indicou que vai receber cerca de 943 milhões de dólares
norte-americanos (846,2 milhões de euros) pelo design e construção do porto.
Antes do arranque das obras, que
deverão demorar cerca de quatro anos, a Timor Gap terá ainda de assegurar o
financiamento do projeto, sublinhou a China Civil Engineering Construction.
Segundo a página da petrolífera
timorense na Internet, o porto de Beaço vai "permitir o desembarque de
materiais durante a construção" tanto do gasoduto, que que trará o gás
natural dos campos petrolíferos de Greater Sunrise, como de uma unidade de
processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Após a entrada em funcionamento
da unidade, o porto vai ser usado para o embarque do GNL, acrescentou a Timor
Gap.
No passado dia 16, Timor-Leste
comprou uma participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise por 650
milhões de dólares norte-americanos (575 milhões de euros), para avançar com o
projeto de gasoduto e processamento de petróleo e gás natural na costa sul do
país.
Numa recente entrevista à Lusa, o
presidente e diretor executivo da Timor Gap, Francisco Monteiro, disse que
Timor-Leste quer evitar recorrer ao Fundo Petrolífero para financiar os custos
de capital de até 12 mil milhões de dólares norte-americanos (cerca de 11 mil
milhões de euros) para o desenvolvimento do projeto.
Os campos de Greater Sunrise
contêm reservas estimadas de 5,1 triliões de pés cúbicos de gás e estão localizados
no mar de Timor, a aproximadamente 150 quilómetros a
sudeste de Timor-Leste e a 450 quilómetros a noroeste de Darwin, na
Austrália.
Os campos estão, na quase
totalidade, em águas territoriais timorenses, no âmbito do novo tratado de fronteiras
marítimas assinado em março do ano passado com a Austrália e que está ainda
para ser ratificado pelos parlamentos dos dois países.
A comissão de conciliação da ONU,
que mediou entre Timor-Leste e a Austrália para fechar o tratado, estimou que a
construção de um gasoduto para Timor-Leste só terá retornos comerciais viáveis
com um "subsídio direto" do Governo, ou de outra fonte, no valor de
5,6 mil milhões de dólares norte-americanos.
EJ (ASP) // VM
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