Macau, China, 26 abr 2019 (Lusa)
-- As autoridades de Macau e Timor-Leste lançaram hoje um projeto de geminação
na área da saúde, no âmbito da iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma
Rota" e em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Espera-se que esta parceria
melhore a qualidade dos serviços de saúde em Timor-Leste, promova a
qualificação das instituições e do pessoal de saúde locais e aprofunde a cooperação
com os países de língua portuguesa na área da saúde", declarou o
secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam.
Macau prevê investir neste
projeto, denominado 'Hospital Twinning Partnerships', cerca de um milhão de
dólares (900 mil euros), avançou o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Lei
Chin Ion, à margem da cerimónia, que decorreu no território na presença de
representantes timorenses e da OMS.
Alexis Tam salientou que
"através da participação na iniciativa 'Uma Faixa, Uma Rota", o
território pode "apoiar o desenvolvimento da saúde em Timor-Leste",
mas "também melhorar a sua própria competitividade".
Lançado pela OMS em 2009, o
projeto de geminação tem como objetivo ajudar países menos desenvolvidos a
melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde, através da partilha
de experiências e apoio técnico de parceiros geminados.
Neste sentido, as autoridades de
Macau vão ajudar Timor-Leste, que "ainda não tem um projeto sustentável na
área da saúde", a criar "um regime de medicina geral e a aperfeiçoar
o mecanismo de prevenção de doenças", acrescentou o diretor dos Serviços
de Saúde.
Em representação de Timor-Leste,
João Manuel Ximenes, do Ministério da Saúde timorense, disse esperar que as
futuras gerações beneficiem desta parceria e mostrou-se confiante na
"participação ativa" de Macau nas futuras reformas do país nesta
área.
Lançada em 2013, pelo Presidente
chinês, a iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota" materializa a nova vocação
internacionalista de Pequim. Líderes de 27 países, incluindo o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, participam hoje no segundo dia do fórum
"Uma Faixa, Uma Rota", em Pequim.
Portugal é, até à data, um dos
poucos países da União Europeia a apoiar formalmente um projeto que tem suscitado
divergências com as potências ocidentais, que veem uma nova ordem mundial ser
moldada por um rival estratégico, com um sistema político e de valores
profundamente diferentes.
O gigante projeto de
infraestruturas visa ligar o Sudeste Asiático, Ásia Central, África e Europa, e
é visto como uma versão chinesa do 'Plano Marshall', lançado pelos Estados
Unidos após a Segunda Guerra Mundial, permitindo a Washington criar a fundação
de alianças que perduram até hoje.
FST (JPI) // EJ
Sem comentários:
Enviar um comentário