Lisboa, 13 abr 2019 (Lusa) -- Os
primeiros-ministros de Portugal e de Cabo Verde concordaram hoje que "é
tempo" de a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) avançar nas
áreas da mobilidade e residência, no final da V Cimeira bilateral.
Numa altura em que Cabo Verde
detém a presidência da CPLP e Portugal o secretariado executivo, António Costa
salientou que os dois países têm "em comum uma ambição muito forte"
de que este seu mandato "seja marcado por um avanço de um projeto em
matéria de residência e mobilidade entre cidadãos".
"É tempo de, para lá da
excelência da cooperação política e importante relacionamento económico,
avancemos de forma sólida na fixação deste projeto da CPLP no quotidiano e na
vida dos nossos cidadãos. Nada melhor para o fazer que o programa para a
mobilidade", defendeu Costa, na conferência de imprensa conjunta que se
seguiu à V Cimeira Portugal-Cabo Verde, em Lisboa.
O primeiro-ministro de Cabo
Verde, Ulisses Correia e Silva, disse partilhar dos mesmos objetivos e deixou
uma nota de esperança.
"Acho que é desta vez que
temos de fazer sair o projeto de mobilidade para dar conteúdo à comunidade e
concretizar expectativas que os cidadãos têm relativamente à CPLP",
afirmou, considerando que a reunião ministerial na área da Administração
Interna, que se irá realizar em
Cabo Verde , poderá dar "um passo significativo"
nessa matéria.
António Costa afirmou ainda
esperar que "tão breve quanto possível" seja possível eliminar os
vistos para os cidadãos cabo-verdianos que visitam a União Europeia.
Dos dez acordos de cooperação
hoje assinados, o primeiro-ministro salientou os instrumentos bilaterais na
área da educação, considerando que se inserem na dinâmica que tem vindo a
ganhar a escola portuguesa em
Cabo Verde , que arrancou no ano letivo 2016/2017 com 57
alunos e já vai em 400.
"Brevemente estaremos em
condições de cumprir o desafio a que nos propusemos: inaugurar a segunda fase
de expansão da escola até ao 12.º ano", afirmou.
No domínio económico, Costa
destacou que as empresas portuguesas "têm vindo a acompanhar com muito
interesse" o programa de privatizações em curso em Cabo Verde ,
designadamente nas infraestruturas.
"Registamos o interesse que
Cabo Verde manifesta em que haja um reforço do investimento das empresas
portuguesas, designadamente no desenvolvimento do setor turismo. Tudo faremos
para poder suscitar esse interesse das nossas empresas", assegurou.
O primeiro-ministro de Cabo Verde
salientou o bom relacionamento económico entre os dois países, mas destacou que
o tipo de cooperação com Portugal -- mais centrada na capacitação institucional
e qualificação dos recursos humanos -- "é a que faz os países
crescer".
"Vale muito mais do que
pacotes financeiros", considerou Ulisses Correia e Silva.
Também António Costa fez um
balanço muito positivo dos resultados da V Cimeira, dizendo que "um motivo
de satisfação" é que os dois países saem sempre com "novas ideias e
novas pistas de trabalho" para o futuro.
A VI Cimeira bilateral ficou
marcada para 2021, em Cabo
Verde.
SMA/CFF // CSJ
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