Pequim, 27 ago 2020 (Lusa) - As
autoridades da China detiveram hoje pelo menos 10 pessoas, incluindo um
ativista pró-democracia de Hong Kong, depois de a guarda costeira chinesa ter
intercetado uma lancha que alegadamente ia para Taiwan.
Segundo a informação avançada
pela imprensa local, que cita fontes não identificadas, o ativista Andy Li está
entre os detidos.
Li foi preso no início deste mês,
com outras nove pessoas, acusado de conluio com forças estrangeiras, ao abrigo
de uma controversa lei de segurança nacional imposta por Pequim em Hong Kong.
O ativista estava em liberdade
sob fiança.
Uma mensagem difundida nas redes
sociais pela guarda costeira da China detalhou que as detenções ocorreram no
domingo, quando o barco foi intercetado na costa da província de Guangdong, no
sul do país.
Duas pessoas identificadas pelos
sobrenomes Li e Tang estão entre os detidos, segundo a guarda costeira. Não é
claro quais são as acusações que enfrentam.
"Estamos cientes destas
informações. Por enquanto, não temos nenhuma informação das autoridades
relevantes do continente", disse hoje o comissário da polícia de Hong
Kong, Chris Tang, em conferência de imprensa.
As pessoas a bordo estariam em
fuga para Taiwan, e pelo menos uma outra pessoa já esteve presa por acusações relacionadas
aos protestos antigovernamentais do ano passado, informou o jornal de Hong Kong
South China Morning Post.
Em julho, Taiwan inaugurou um
gabinete para ajudar os habitantes de Hong Kong que desejam emigrar para a ilha
e recebeu mais de 1.000 pedidos logo no primeiro mês.
A lei de segurança nacional, que
entrou em vigor em 30 de junho, criminaliza a subversão, a secessão, o
terrorismo e o conluio com forças estrangeiras.
A pena máxima é a prisão
perpétua.
Pequim implementou a lei depois
de meses de protestos antigovernamentais que abalaram a cidade semiautónoma, no
ano passado.
Críticos consideram que a
legislação é um golpe para a fórmula "um país, dois sistemas", que dá
a Hong Kong liberdades inexistentes na China continental.
JPI // FPA
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