sábado, 7 de dezembro de 2024

Coreia do Sul: polícia abre inquérito a "rebelião" contra Presidente

O líder parlamentar do partido do Presidente Yoon Suk-yeol na Assembleia Nacional da Coreia do Sul garantiu que todos os deputados vão rejeitar a moção apresentada pela oposição para destituir o chefe de Estado. Oposição precisa ainda de mais dez votos para a destituição

O parlamento da Coreia do Sul vai votar uma moção de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol no sábado, de acordo com a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap.

Entretanto, a polícia sul-coreana anunciou a abertura de um inquérito por "rebelião" contra Yoon, na sequência da imposição da lei marcial no país, suspensa horas mais tarde. "O caso está em curso", declarou o chefe de investigações da polícia, Woo Kong-suu, aos deputados.

O líder parlamentar do partido do Presidente Yoon Suk-yeol na Assembleia Nacional da Coreia do Sul garantiu também que todos os deputados vão rejeitar a moção apresentada pela oposição para destituir o chefe de Estado. "Os 108 deputados do Partido do Poder Popular [PPP] vão permanecer unidos na rejeição da destituição do Presidente", declarou Choo Kyung-ho, numa transmissão em direto da reunião do partido.

Por seu lado, o líder do PPP exigiu que Yoon Suk-yeol abandone a formação, ao mesmo tempo que se comprometeu a bloquear a moção de destituição apresentada pela oposição. Han Dong-hoon declarou aos jornalistas ter exigido a Yoon "que abandonasse o partido", acrescentando que o PPP não estava "a tentar defender a lei marcial inconstitucional do Presidente".

A oposição precisa que oito deputados do partido no poder votem a favor para que a moção de destituição seja aprovada.

Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para "erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).

Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de a Assembleia Nacional ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

Na quarta-feira, seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram uma moção para a destituição de Yoon.

O Partido Democrático (PD) e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do poder do Presidente sul-coreano, cujo partido governa em minoria.

A apresentação da moção de destituição foi anunciada à comunicação social na Assembleia Nacional pelos 192 deputados dos seis partidos.

Os promotores indicaram que tencionam votar a proposta na sexta-feira ou no sábado, dentro do prazo legal de 72 horas para a tramitação deste tipo de iniciativas, uma vez apresentadas.

Para que a proposta seja aprovada, será necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 lugares que compõem o parlamento da Coreia do Sul.

O PD e outras forças tinham obtido 190 votos na véspera para revogar a lei marcial, o que significa que só precisariam de mais dez votos para afastar Yoon.

Expresso com Lusa

Sem comentários: