quinta-feira, 7 de maio de 2015

Grupo de 26 empresas portuguesas à conquista do mercado de Taiwan em junho


Macau, China, 05 mai (Lusa) - Um grupo de 26 empresas portuguesas participa entre 26 e 28 de junho na Wine & Gourmet Taipei 2015, o maior certame do género de Taiwan e numa iniciativa da Associação Empresarial Portuguesa com o apoio da empresa Voyager.

O Pavilhão de Portugal, com 144 metros quadrados será ainda animado pelo grupo 'Alentejanos de Serpa' que levam os cantares tradicionais alentejanos ao pavilhão português.

Vinhos, águas cervejas, azeites, conservas e outros produtos alimentares de norte a sul de Portugal vão estar presentes no certame que Carlos Couto, arquiteto e proprietário da Voyager, a empresa associada da AEP, garante ser a "maior participação nacional num evento do género em Taiwan".

"Nunca participámos de forma tão organizada e com uma delegação tão variada e de qualidade", explicou o arquiteto/empresário que há três anos criou a Voyager para importar para a ilha Formosa vinhos, cervejas e águas nacionais e agora se prepara-se para "abrir o 'Tuga'", um restaurante português que é simultaneamente uma montra, espaço de provas e venda, e espaço cultural de promoção portuguesa.

Carlos Couto explica que só em 2014 foram importados para Taiwan 19 contentores de cerveja e água nacional e que desde que começou a importação de vinhos, azeites, conservas e outros produtos alimentares já foram enviados quatro contentores e prepara-se para enviar o quinto.

"Há um mercado muito apetecível para os produtos nacionais de qualidade e depois de um ano a preparar terreno, a apresentar os nossos produtos, começamos a ter alguns resultados que, estou convencido disso, serão potenciados com o 'Tuga'", afirmou.

O restaurante, que terá na cozinha o chefe Gonçalo Rocha, terá uma zona de provas virada para a rua, uma loja de produtos 'gourmet' e uma zona de leitura com todas as informações sobre Portugal, dos produtos portugueses, às viagens, aos hotéis e passeios turísticos e culturais.

"Não queremos ser apenas mais um restaurante. A nossa aposta passa também por ser um espaço cultural onde a presença portuguesa pode ser sentida e vivida pelos taiwaneses. O 'Tuga' tem diversos painéis artísticos sob a assinatura do 'designer' de Victor Marreiros; a nossa história está representada com imagens e arte ligada a Fernando Pessoa, Amália Rodrigues, Luís de Camões, D. Henrique ou mesmo D. Sebastião, e sem esquecer o nosso tão querido Galo (de Barcelos) reinterpretado pelo Victor, tudo numa mistura da arte com a culinária, promovendo-se Portugal e tudo o que temos de melhor", explicou.

Carlos Couto, que no seu currículo tem assinatura, por exemplo, em obras como o Pavilhão de Portugal na Exposição Mundial de Xangai, salienta a "nova ofensiva asiática" portuguesa, lembra a "necessidade e vantagem de abrir uma delegação económica e comercial" na ilha para que se "possa abrir mais uma porta, um canal para as exportações portuguesas".

"Um país em crise, com produtos de excelência reconhecidos em todo o mundo não pode desperdiçar todos os mercados possíveis e Taiwan é apenas um mercado com cerca de 23 milhões de consumidores, mais do dobro da população portuguesa e onde os portugueses também são reconhecidos", acrescentou.

E nem as questões políticas, da não existência de relações diplomáticas com a ilha, devem impedir qualquer objetivo comercial até porque até Macau, que integra a China, "tem também uma representação comercial e cultural em Taiwan", defendeu.

"Os negócios terão de estar longe da política e nós portugueses temos de promover e vender mais para fora e procurar destinos que sejam atrativos para os nossos empresários, papel que Taiwan pode desempenhar também até com a ajuda e conhecimento empresarial asiático que existe em Macau", concluiu.

JCS // MSF

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