Banguecoque,
17 jun (Lusa) - A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje o aumento das
restrições e o crescente "clima de medo" nos meios de comunicação da
Birmânia (Myanmar), numa altura próxima das eleições previstas para o final do
ano.
Pelo
menos 10 jornalistas foram detidos nos últimos 12 meses, refere a AI, apesar do
processo de reformas iniciado pelo governo birmanês em 2011, que permitiu o fim
da censura e a proliferação de meios de comunicação independentes.
A
AI acusa as autoridades do país de recorrerem a "velhos métodos" da
Junta Militar, incluindo ameaças, perseguição e detenção para "reprimir"
os jornalistas independentes, levando-os a uma "autocensura
generalizada".
"O
que vemos hoje no Myanmar é uma repressão disfarçada de progresso", disse
em comunicado o diretor de investigações do Sudeste Asiático da AI, Rupert
Abbott.
O
mesmo responsável acrescentou que as autoridades continuam a confiar nas velhas
táticas: "detenções, vigilância, ameaças e prisão para amedrontar aqueles
jornalistas que pretendem fazer a cobertura de temas 'inconvenientes'".
A
AI apresenta as denúncias num novo relatório em que vários jornalistas
birmaneses admitem que não se atrevem a cruzar as "linhas vermelhas"
com informações sobre os militares, nacionalismo budista ou a minoria muçulmana
rohingya, perseguida no país.
Além
das autoridades oficiais, a Amnistia acusa também grupos radicais budistas de
ameaçar a imprensa.
A
Birmânia deverá organizar em novembro as primeiras eleições promovidas por um
governo eleito depois de quase meio século de regimes militares.
JCS
// ISG
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