Pequim,
16 jul (Lusa) -- Mais de 200 advogados, funcionários de escritórios de
advocacia e ativistas estão a ser alvo de uma nova vaga de repressão das autoridades
chinesas, denunciou hoje a organização Human Rights Lawyers Concern Group.
Segundo
disse à agência espanhola EFE a organização com sede em Hong Kong , a polícia
chinesa interrogou, nos últimos dias, muitas pessoas envolvidas em casos de
direitos humanos.
A
nova vaga de repressão começou na semana passada e, até agora, foram
formalmente detidas nove pessoas, segundo o Human Rights Lawyers Concern Group.
Desconhece-se
a acusação contra os detidos, à exceção do advogado Sui Muqing, acusado de
"incitamento à subversão do Estado".
Apesar
de alguns dos interrogados terem sido chamados à polícia duas e três vezes, a
maioria foi posta em liberdade.
De
acordo com relatos fornecidos pelo grupo de advogados preocupados com os
direitos humanos, os agentes exigiram aos interrogados que permaneçam
"calados", que não divulguem o conteúdo dos interrogatórios e que se
abstenham de trabalhar em "casos sensíveis" e de manifestar apoio a
juristas detidos, como Wang Yu.
Advogada
proeminente, Wang Yu tem levado a tribunal alguns dos casos de direitos humanos
mais importantes na China e é acusada pelas autoridades de Pequim de pertencer
a um escritório de advogados que se assemelha a um "grupo criminoso".
Segundo
relatou à EFE um advogado chinês interrogado na sexta-feira e no sábado, que
pediu anonimato por medo de represálias, a polícia insistiu
"especialmente" para que não apoiasse Wang e não falasse com "a
comunicação social estrangeira".
Na
opinião do jurista, "as autoridades estão a dar-se conta que o seu poder
político está em crise e querem reprimir os advogados mais ativos na defesa dos
direitos humanos".
Para
tal, estão a prender alguns, a "semear o terror" junto de outros,
nomeadamente com "visitas a meio da noite" e interrogatórios, a
"utilizar os meios oficiais para desprestigiar todo o coletivo" de
juristas e ativistas e a referenciar escritórios de advocacia e organizações
não governamentais.
SBR
// JMR
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