Hong
Kong, China, 27 set (Lusa) -- Um dos líderes do movimento estudantil
"Scholarism", que no ano passado esteve ligado aos protestos
pró-democracia em Hong Kong, considerou hoje improvável a repetição dos mesmos
no primeiro aniversário do início da ocupação das ruas na antiga capital
britânica.
A
opinião foi justificada com o facto de estarem planeados vários eventos para
assinalar o primeiro aniversário do "Occupy" em Hong Kong este fim de
semana e na segunda-feira.
Depois
de participar num programa de rádio, Oscar Lai disse que não considera que o
"Occupy" tenha sido um fracasso, argumentando que o movimento
aumentou a consciencialização do público em muitos assuntos sociais, de acordo
com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).
O
grande objetivo do movimento era forçar o governo a incluir a democracia,
segundo padrões internacionais, no seu pacote de reforma política.
O
professor Paul Yip, do departamento de Trabalho Social e Administração Social
da Universidade de Hong Kong, partilhou a mesma opinião do membro do
"Scholarism".
O
académico disse que o movimento "Occupy" podia estimular um
envolvimento significativo entre a sociedade e o governo.
A
31 de agosto de 2014, a China concordou com a eleição do chefe-executivo de
Hong Kong por sufrágio direto, mas impôs que os "dois ou três" únicos
candidatos fossem previamente aprovados por um Comité de Nomeação de 1.200
pessoas, uma condição rejeitada pelos manifestantes pró-democracia, que entre
28 de setembro e 15 de dezembro ocuparam várias artérias na antiga colónia britânica.
Em
junho deste ano, o Conselho Legislativo de Hong Kong rejeitou o plano de
reforma politica defendido pelo governo central chinês para a eleição do chefe
do governo do território em 2017, e que exigia o voto favorável de dois terços
dos 70 legisladores.
Com
muitos deputados ausentes da sala na altura da votação, a referida proposta
obteve 28 votos contra - incluindo todo o bloco dos deputados pró-democracia -
e apenas oito a favor, num resultado descrito pela imprensa oficial chinesa
como "um dia triste".
Trata-se
de uma proposta "razoável e pragmática", que reflete "uma
posição duradoura da China" acerca do "avanço da democracia" em
Hong Kong, comentou na altura o porta-voz do MNE chinês.
FV
(AC) // FV.
Sem comentários:
Enviar um comentário