Operação
da Marinha dos EUA irrita China, que designa dois destróieres com poder de fogo
equivalente para acompanhar navio americano. Pequim convoca embaixador
americano e afirma que considerou o gesto uma 'provocação deliberada'. Brasil
já foi alvo da mesma manobra dos EUA
A
rivalidade entre grandes potências no Mar da China Meridional chegou a um
momento crucial.
Ao
manobrar um navio de guerra a 12 milhas náuticas de uma das ilhas artificiais
da China, os EUA sinalizaram o início de uma disputa aberta sobre o futuro da
região.
As
águas em questão são uma rota importante por onde passa mais da metade do
comércio marítimo mundial, conectando os países ricos em petróleo do Oriente
Médio às poderosas economias do Pacífico Ocidental.
Além
disso, o desafio americano se refere a uma disputa muito mais ampla que vai se
arrastar por décadas.
As
tais ilhas artificiais têm um valor militar apenas limitado, embora várias
delas contenham pistas longas o suficiente para receber aviões de combate
chineses. O mais importante é que elas são símbolos dos esforços de Pequim para
subverter uma ordem regional liderada pelos EUA que prevalece desde a Segunda
Guerra Mundial.
As
ilhas proclamam a intenção da China de romper o que o país considera um cerco
americano — um sistema de alianças que forma um amplo arco a partir da península
coreana, passando pelo Japão e as Filipinas. Elas também simbolizam o
fortalecimento do nacionalismo chinês sob o governo do presidente Xi Jinping.
Reação
Pequim
designou dois destróieres para acompanhar o navio americano — um deles, com
poder de fogo equivalente ao dos EUA.
Em
um comentário contundente, a agência de notícias estatal chinesa, a Xinhua,
afirmou que os EUA transformaram o Mar da China Meridional em “águas
turbulentas”, acrescentando que “o povo chinês não tem medo de problemas”. O
Ministério das Relações Exteriores da China expressou seu “forte
descontentamento e resoluta oposição” à ação americana.
“O
navio entrou ilegalmente nas águas das ilhas chinesas Spratly”, afirma o
Ministério das Relações Exteriores da China.
O
embaixador dos EUA em Pequim foi convocado para prestar esclarecimentos. A
China fala em “provocação deliberada” e “ameaça” a sua soberania.
Brasil
No
passado, o Brasil foi alvo da mesma operação da Marinha dos EUA que irritou a
China. Segundo relatório publicado no site do Departamento de Defesa americano,
no ano fiscal de 2014, os EUA realizaram operações do tipo FON (Freedom of
Navigation, liberdade de navegação) em 19 países, incluindo o Brasil.
As
operações FON são parte de uma política adotada pelos EUA em 1979 para desafiar
pretensões territoriais consideradas por eles excessivas.
Atualmente,
a Marinha dos EUA adentra essas águas — seja de países pouco amigáveis, neutros
ou aliados — para impor sua “liberdade de operação”.
- Informações
de Wall Street Journal e Folhapress / Pragmatismo Político
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