Praia,
19 jan (Lusa) - O primeiro-ministro afirmou hoje esperar que na próxima cimeira
da Comunidade de Países de Expressão Portuguesa (CPLP), no Brasil, se avance na
liberdade de circulação e no reconhecimento mútuo de direitos políticos e de
qualificações académicas.
António
Costa falava em conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo
cabo-verdiano, José Maria Neves, após uma reunião plenária entre os executivos
de Lisboa e da Praia, que teve como resultado a assinatura do memorando do
Programa Especial de Cooperação (PEC 2016/2020) - documento que deverá estar
concluído até dezembro deste ano.
Perante
os jornalistas, na cidade da Praia, o primeiro-ministro defendeu que as
relações com Cabo Verde já não são apenas de caráter bilateral, mas têm lugar
também no âmbito da Comunidade de Países de Expressão Portuguesa (CPLP).
"No
ano em que a CPLP comemorará 20 anos de existência devemos poder reforçar a sua
dimensão de cidadania. É fundamental que a cooperação política, económica,
técnico-militar tenha agora também tradução no quotidiano dos povos de
expressão portuguesa. Temos de ser efetivamente uma comunidade de povos",
advogou.
Neste
contexto, António Costa defendeu a existência de "liberdade de circulação,
de portabilidades de direitos ao nível da Segurança Social para quem trabalha
em outro país, pelo reconhecimento de direitos políticos e de qualificações
académicas".
"Esperamos
que na cimeira do verão, que terá no lugar no Brasil, em que se definirá uma
nova estratégia para a CPLP, esta dimensão cidadã tenha cada vez maior
importância", rematou o primeiro-ministro.
Além
da CPLP, o primeiro-ministro salientou "progressos" na aproximação de
Cabo Verde à União Europeia e no desejo de Portugal se aproximar de um mercado
de 300 milhões de habitantes que constitui a Comunidade de Estados da África
Ocidental.
Depois
de elogios a José Maria Neves, que enquanto líder do executivo cabo-verdiano
contactou já com seis diferentes primeiros-ministros portugueses, António Costa
defendeu a necessidade de abertura de "um novo ciclo de cooperação assente
no intercâmbio económico e empresarial", além das áreas tradicionais da
educação ou saúde.
"Queremos
desenvolver áreas como a economia do mar e o enorme desafio das energias
renováveis - um 'cluster' que tem progredido em Portugal e que é um bom exemplo
de produção de inovação tecnológica e de conhecimento. Um dos principais
desafios da humanidade é o das alterações climáticas e as energias renováveis
terão um papel fundamental", disse.
PMF
// JLG
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