Macau,
China, 15 jan (Lusa) -- Seis polícias de Macau foram detidos, na quinta-feira,
suspeitos de associação criminosa, corrupção passiva e usurpação de funções por
terem facilitado entradas ilegais no território, num esquema que lhes valeu
cerca de 210 mil euros.
A
Polícia Judiciária, juntamente com a PSP e os Serviços de Polícia Unitários,
revelaram hoje os contornos do caso que levou à detenção de seis agentes com
idades entre os 34 e os 52 anos (o mais velho já aposentado).
Em
causa está a ligação dos polícias, que operaram em grupo durante quatro anos, a
seitas. No âmbito desta colaboração, os agentes permitiram a entrada e saída
ilegal de pessoas da China, que desejavam frequentar casinos, mediante
pagamentos.
"Descobrimos
agentes que aproveitaram as suas funções para colaborar com criminosos. Os
agentes tinham relações com pessoas de associações secretas", explicou o
comandante geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun.
Segundo
as autoridades, cada pessoa que desejava entrar em Macau deste modo pagava
70.000 patacas (8.000 euros) à entrada e outras 70.000 patacas à saída, a que
se podiam adicionar 80.000 patacas (9.150 euros) para proteção durante a
estadia no território.
Não
foi revelado o número de pessoas que entraram desta forma na cidade, mas, no
total, o grupo terá arrecadado cerca de 1,83 milhões de patacas (cerca de
210.000 euros).
"Permitiam
que imigrantes ilegais entrassem em Macau e até providenciavam transporte para
o local indicado. Os pedidos vieram de frequentadores dos casinos", disse
o diretor da Judiciária, Chau Wai Kuong, revelando que quatro dos agentes
trabalhavam para o departamento de informação da PSP e um para o departamento
de migração.
"Lamento
muito este tipo de casos. Não vamos tolerar infratores e vamos estabelecer novas
medidas de prevenção", afirmou o comandante do Corpo de Polícia de
Segurança Pública, Leong Man Cheong, sem especificar as medidas em causa.
Também
o gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, emitiu um comunicado
em que "lamenta profundamente o envolvimento de agentes policiais
suspeitos de abuso de poder, em atividades criminosas que considera
graves".
Wong
Sio Chak "emitiu orientações muito precisas" à Judiciária no âmbito
dos trabalhos de investigação, e determinou a "imediata instauração de
processos disciplinares aos suspeitos" por parte do Corpo de Polícia de
Segurança Pública.
ISG // VM
ISG // VM
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