Quase
dois terços (62%) dos deputados brasileiros pensam que a Presidente brasileira,
Dilma Rousseff, acusada de forjar as contas públicas, será destituída pelo
Congresso, segundo uma pesquisa de opinião publicada hoje pelo jornal O Dia.
"Em
apenas três semanas, a percentagem quase triplicou", sublinhou Murilo
Aragão, diretor da empresa de sondagens Arko Advice, que realizou a pesquisa,
efetuada entre 15 e 17 de março, com 100 deputados (em 513) de 23 partidos
brasileiros.
Na
última pesquisa de opinião, realizada em fevereiro, somente 24,5% dos deputados
entrevistados pensavam dessa maneira.
A
Câmara dos Deputados aprovou, na quinta-feira, a constituição da comissão
especial responsável pelo andamento do processo de destituição (impeachment) da
Presidente do Brasil.
No
processo de destituição, os parlamentares vão analisar se a Presidente Dilma
Rousseff cometeu crimes de responsabilidade previstos na Constituição e na Lei
de Responsabilidade Fiscal.
Numa
outra sondagem da empresa Arko Advice, realizada na quinta-feira, igualmente
publicada hoje pelo jornal O Dia, mostra que a comissão especial está dividida:
32 membros aprovam a destituição, 31 são contra e dois estão indecisos.
Entretanto,
"o panorama pode mudar muito rapidamente", advertiu Murilo Aragão.
Entre
os brasileiros, as opiniões a favor da destituição da Presidente estão a
crescer: a pesquisa Datafolha, publicada no sábado, indicou 68% da população -
oito pontos a mais do que em fevereiro - é pelo 'impeachment'.
O
Brasil vive atualmente uma grande crise política, com manifestações nas ruas,
que teve o seu ponto alto com a nomeação do ex-Presidente Lula da Silva como
ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, para que tivesse imunidade jurídica
e, segundo a imprensa brasileira, assim travar a investigação de que é alvo da
Justiça através da Operação Lava Jato - que investiga um grande esquema de
corrupção no país.
CSR
// PJA - Lusa
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