segunda-feira, 21 de março de 2016

China apela à Indonésia para que liberte pescadores detidos após confrontos marítimos


Pequim, 21 mar (Lusa) - Um emissário da China apelou hoje à Indonésia para que liberte oito tripulantes de um barco de pesca chinês detido durante um confronto marítimo ocorrido no sábado passado, após ter sido convocado por ministros daquele país.

Segundo Jacarta, as autoridades indonésias terão sido travadas por navios da guarda costeira chinesa quando tentavam confiscar um barco de pesca chinês que "operava ilegalmente" próximo às ilhas Natunas, no Mar do Sul da China.

Sun Weide, encarregado dos Negócios Estrangeiros da China em Jacarta, insistiu que o incidente ocorreu "numa zona piscatória tradicionalmente chinesa".

Jacarta rejeita a reivindicação chinesa de quase todo o Mar do Sul da China, por incluir a zona económica exclusiva em volta das Natunas.

Oito membros da embarcação de pesca foram detidos antes da guarda costeira chinesa intervir, revelou Sun, apelando à sua libertação, após ter sido convocado pelo ministro das Pescas indonésio, Susi Pudjiastuti.

O ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio Retno Marsudi, que também convocou o emissário chinês - o embaixador encontra-se em Pequim - acusou os navios da guarda costeira chinesa de terem entrado em águas da Indonésia durante a detenção.

"Houve uma violação por parte da guarda costeira da China dos direitos soberanos e jurisdição da Indonésia na zona económica exclusiva e na plataforma continental", afirmou aos jornalistas.

Retno apelou ainda a uma explicação por parte de Pequim sobre o incidente.

Em 2014, a Indonésia lançou uma dura campanha contra a pesca ilegal, que envolve afundar navios estrangeiros que pesquem sem permissão nas suas águas, após confiscar a embarcação e deter os tripulantes.

Pequim insiste que tem direitos de soberania sobre a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma via marítima estratégica pela qual passa um terço do petróleo negociado internacionalmente.

Nos últimos meses, o "gigante" asiático tem construído ilhas artificias, aptas a receber instalações militares, em arquipélagos disputados, total ou parcialmente, pela China, Filipinas, Malásia, Taiwan, Vietname e Brunei.

JOYP // ARA

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