segunda-feira, 25 de abril de 2016

PORTUGAL COMEMORA HOJE A REVOLUÇÃO DE ABRIL


Foi em 1974. Na madrugada de 25 de Abril de 1974 o regime colonial fascista em Portugal caía com estrondo. O ditador Salazar já morrera e a substituí-lo estava Marcelo Caetano. Seu par na continuidade da ditadura e do colonialismo. Nas ex-colónias já os movimentos independentistas obrigavam Portugal a sustentar uma guerra colonial com 13 anos de mortandade para ambos os lados. Três colónias de então estavam em guerra aberta pela libertação de suas Pátrias. Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. Em Timor florescia a contestação que a partir de 1970 esboçava a organização de uma oposição ao colonialismo português. Ramos-Horta era um dos seus componentes, entre outros nacionalistas timorenses que após o 25 de Abril de 1974 avançaram abertamente rumo à exigência pela independência.

Aproveitando a parceria com Página Global consideramos ter o dever de propiciar aos mais jovens uma breve exposição sobre o 25 de Abril em Portugal, convidando-os – se interessados – em aprofundar aqueles históricos acontecimentos que permitiram a libertação do colonialismo português de novas nações, entre as quais Timor-Leste, que unilateralmente declarou a sua independência. Por consequência a Indonésia invadiu o país, causando centenas de milhares de mortes e toda a panóplia de horrores que perduraram em Timor durante a ocupação. Foram 24 anos de horrores que só no despontar deste século permitiram a independência do país. País que contém no seu âmago um povo heróico e lutador que dia após dia vem construindo uma grande nação numa pequena meia-ilha. Esses são os timorenses. Esse é Timor-Leste. Essa é a nossa Pátria. Esse é o nosso orgulho.

Viva o 25 de Abril! Viva Timor-Leste!

Beatriz Gamboa

Portugal. REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL DE 1974

A Revolução de 25 de Abril, também referida como Revolução dos Cravos,[1] refere-se a um período da história de Portugalresultante de um movimento social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[2] vigente desde1933,[3] e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da novaConstituição a 25 de abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua origem.[4] [5] [6]

Esta acção foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto na sua maior parte por capitães[7] que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1] [8] Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas,[9]acabando por atingir o regime político em vigor.[10] Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas 4 civis mortos e 45 feridos emLisboa pelas balas da DGS.[11]

O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.[12] A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído aAdelino da Palma Carlos.[13] Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações[14] e confrontos militares que, terminaram com o 25 de Novembro de 1975.[15] [16] [17]

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

Antecedentes

Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar que culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmona em 1928. Foi durante o mandato presidencial de Carmona, período que se designou por "Ditadura Nacional", que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um novo regime autoritário de inspiração fascista - "o Estado Novo".António de Oliveira Salazar passou então a controlar o país através do partido único designado por "União Nacional", ficando no poder até lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano,[18] que pôs em prática a Primavera Marcelista e dirigiu o país até ser deposto no dia 25 de Abril de 1974.

Durante o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um país governado por uma ditadura[19] [20] pela oposição ao regime,[21] pelos observadores estrangeiros e até mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Durante o Estado Novo existiam eleições, que não eram universais e eram consideradas fraudulentas pela oposição.

O Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na DGS (Direcção-Geral de Segurança). A polícia política do regime, que recebeu formação da Gestapo e da CIA, tinha como objectivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em Portugal e nas colónias.[22]

Na visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de defesa, de manutenção do "Ultramar", numa época em que os países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a sua política irredentista, endurecendo-a a partir do início dos anos 1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique.[2]

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração.[23] Contudo, é durante a década de 60 que se notam sinais de desenvolvimento económico com a adesão de Portugal à EFTA.[24]

Texto parcial, em Wikipédia – Ler mais

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