Foi
em 1974. Na madrugada de 25 de Abril de 1974 o regime colonial fascista em
Portugal caía com estrondo. O ditador Salazar já morrera e a substituí-lo
estava Marcelo Caetano. Seu par na continuidade da ditadura e do colonialismo.
Nas ex-colónias já os movimentos independentistas obrigavam Portugal a sustentar
uma guerra colonial com 13 anos de mortandade para ambos os lados. Três colónias
de então estavam em guerra aberta pela libertação de suas Pátrias. Guiné-Bissau,
Angola e Moçambique. Em Timor florescia a contestação que a partir de 1970
esboçava a organização de uma oposição ao colonialismo português. Ramos-Horta
era um dos seus componentes, entre outros nacionalistas timorenses que após o
25 de Abril de 1974 avançaram abertamente rumo à exigência pela independência.
Aproveitando
a parceria com Página Global consideramos ter o dever de propiciar aos mais
jovens uma breve exposição sobre o 25 de Abril em Portugal, convidando-os – se interessados
– em aprofundar aqueles históricos acontecimentos que permitiram a libertação do
colonialismo português de novas nações, entre as quais Timor-Leste, que
unilateralmente declarou a sua independência. Por consequência a Indonésia
invadiu o país, causando centenas de milhares de mortes e toda a panóplia de
horrores que perduraram em Timor durante a ocupação. Foram 24 anos de horrores
que só no despontar deste século permitiram a independência do país. País que
contém no seu âmago um povo heróico e lutador que dia após dia vem construindo
uma grande nação numa pequena meia-ilha. Esses são os timorenses. Esse é
Timor-Leste. Essa é a nossa Pátria. Esse é o nosso orgulho.
Viva
o 25 de Abril! Viva Timor-Leste!
Beatriz Gamboa
Portugal.
REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL DE 1974
A Revolução
de 25 de Abril, também referida como Revolução dos Cravos,[1] refere-se
a um período da história de Portugalresultante
de um movimento social, ocorrido a 25 de
abril de 1974,
que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[2] vigente
desde1933,[3] e
iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e
com a entrada em vigor da novaConstituição a 25 de abril de 1976,
com uma forte orientação socialista na sua origem.[4] [5] [6]
Esta
acção foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA),
que era composto na sua maior parte por capitães[7] que
tinham participado na Guerra
Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1] [8] Este
movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas
como a luta pelo prestígio das forças armadas,[9]acabando
por atingir o regime político em vigor.[10] Com
reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a
resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se
apenas 4 civis mortos e 45 feridos emLisboa pelas
balas da DGS.[11]
O
movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu
os poderes dos órgãos do Estado.[12] A
15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente
da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído aAdelino da Palma Carlos.[13] Seguiu-se
um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo
Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos
provisórios, nacionalizações[14] e
confrontos militares que, terminaram com o 25 de Novembro de 1975.[15] [16] [17]
Estabilizada
a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para
a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de
1976, o mesmo dia das primeiras eleições
legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi
instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como
"Dia da Liberdade".
Antecedentes
Na
sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926,
foi instaurada em Portugal uma ditadura militar que culminaria na eleição
presidencial de Óscar Carmona em 1928. Foi
durante o mandato presidencial de Carmona, período que se designou por "Ditadura
Nacional", que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um novo
regime autoritário de inspiração fascista -
"o Estado Novo".António de Oliveira Salazar passou
então a controlar o país através do partido único designado por "União
Nacional", ficando no poder até lhe ter sido retirado por incapacidade
em 1968, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões
cerebrais. Foi substituído por Marcello
Caetano,[18] que
pôs em prática a Primavera Marcelista e dirigiu o país até
ser deposto no dia 25 de Abril de 1974.
Durante
o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um país governado por uma ditadura[19] [20] pela
oposição ao regime,[21] pelos
observadores estrangeiros e até mesmo pelos próprios dirigentes do regime.
Durante o Estado Novo existiam eleições, que não eram universais e eram
consideradas fraudulentas pela oposição.
O
Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia
Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da PVDE (Polícia de
Vigilância e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na DGS
(Direcção-Geral de Segurança). A polícia política do regime, que recebeu
formação da Gestapo e
da CIA, tinha
como objectivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em
Portugal e nas colónias.[22]
Na
visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de
defesa, de manutenção do "Ultramar", numa época em que os países europeus
iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria
contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a
sua política irredentista, endurecendo-a a partir do início dos anos
1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e
em Moçambique.[2]
Economicamente,
o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia
certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros
(a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre
até à década de 1960, sendo consequência disso um
significativo acréscimo da emigração.[23] Contudo,
é durante a década de 60 que se notam sinais de desenvolvimento económico com a
adesão de Portugal à EFTA.[24]
Texto
parcial, em Wikipédia – Ler mais
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