Lisboa,
22 abr (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva,
defendeu hoje que o português é o "ativo mais importante" de Portugal
e dos países de expressão portuguesa, sublinhando que deve ser promovido como
uma das grandes línguas mundiais.
"O
valor acrescentado mais importante, o ativo mais importante de Portugal é a sua
língua. A língua portuguesa é agora uma das mais faladas no Mundo, é uma língua
global, falada em todos os continentes", destacou hoje o governante em
Lisboa, na abertura da conferência internacional da EAQUALS (Evaluation &
Accreditation of Quality in Language Services), associação internacional de
instituições e organizações envolvidas na promoção da qualidade do ensino de
línguas, da qual o Camões IP é membro associado desde 2013.
Perante
uma plateia de cerca de 270 participantes, de 39 países, Santos Silva referiu
que, em todo o mundo, cerca de 250 milhões de pessoas falam português como
língua materna.
"É
um recurso muito importante, que não pertence só a Portugal mas a todos os
países de língua portuguesa, ou seja, Portugal, na Europa; Brasil, na América
Latina; Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, em
África, e Timor-Leste, na Ásia", mencionou o ministro, apontando também
que "facilmente se encontram comunidades que falam português fora destes países",
nomeadamente em países como Indonésia, Reino Unido, Estados Unidos, Venezuela,
Malásia ou Singapura.
Além
disso, acrescentou, "os nove países onde o português é língua oficial
representam uma parte muito importante do mundo", numa referência aos
membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP - Angola, Brasil,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste).
O
português deve ser promovido enquanto língua materna, mas também como língua de
herança: "É muito importante para a diáspora, [os lusodescendentes] têm de
manter o contacto com a língua dos seus pais ou avós", considerou Santo
Silva, adiantando que o português é importante para promover a compreensão
entre povos em países com multilinguismo, como Cabo Verde, Moçambique ou
Angola.
Para
o ministro, o português deve ser promovido "como uma língua de
comunicação, de cultura, de artes, de literatura, de negócios, de organizações
internacionais".
"Devemos
trabalhar juntos porque necessitamos de uma ou, preferencialmente, duas ou três
grandes línguas internacionais. É o caso do inglês, do espanhol, do mandarim,
do árabe e também o português", sublinhou o chefe da diplomacia
portuguesa.
"Mas
também temos de ensinar e aprender todas as línguas que pudermos",
defendeu Santos Silva, que considerou também que, ao promover-se o
multilinguismo, se promove "o multiculturalismo e a compreensão entre as
pessoas".
"Quando
deixamos as línguas desaparecer, tornamo-nos pobres. O empobrecimento do mundo
não é só económico, mas também cultural e linguístico", avisou.
JH
// JMR
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