Praia,
22 abr (Lusa) - As organizações da sociedade civil querem deixar de ser o
"parente pobre" das políticas públicas da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP) e ter uma voz ativa na implementação dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O
desejo foi manifestado hoje à imprensa na cidade da Praia por Edelfride Barbosa
Almeida, porta-voz do Secretariado Permanente do Fórum da Sociedade Civil da
CPLP, que realiza a sua II Assembleia Geral Extraordinária na capital
cabo-verdiana.
"Queremos
reforçar a nossa voz junto da CPLP, principalmente neste momento que estamos a
viver após a aprovação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que
tem os três pilares: o Governo, o setor privado e a sociedade civil",
sustentou a responsável.
Edelfride
Barbosa Almeida, que em Cabo Verde é presidente da Associação Cabo-verdiana
para a Proteção da Família (Verdefam), disse que o trabalho das organizações da
sociedade civil é reconhecido, mas ainda encontram grandes dificuldades para
obter fundos e meios necessários para implementação dos seus projetos e
programas.
"Queremos
que haja um lugar e que não fiquemos só como parente pobre do sistema. A
sociedade civil já contribui nos nossos diferentes países, entretanto depara-se
com muita falta de apoio, principalmente financeiro, para poder fazer algum
trabalho e elaborar um relatório da sociedade civil e poder estar
integrado", prosseguiu.
Segundo
a porta-voz, as organizações querem "fazer pressão" para que haja
políticas públicas nos diferentes países da CPLP e que possam ser concretizadas
para se poder alcançar os 17 ODS traçados pelas Nações Unidas.
"É
voz corrente que a sociedade civil precisa de mais apoio, de estar integrado e
de participar mais", apelou, sugerindo, por exemplo, a participação da
sociedade civil no Conselho de Concertação Social em Cabo Verde.
Durante
a Assembleia Geral Extraordinária do Fórum da Sociedade Civil da CPLP será
aprovado a um regimento, novo instrumento jurídico depois de em julho de 2015
ter sido aprovado, em Díli, os Estatutos da organização.
Edelfride
Barbosa indicou que as recomendações e o documento final que sair do fórum
serão posteriormente apresentados ao Secretariado da CPLP, com sede em Lisboa,
Portugal.
Além
de Cabo Verde, estão presentes no evento organizações da sociedade civil de
Timor-Leste, Moçambique, Brasil, Angola e Portugal, faltando São Tomé e
Príncipe, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, por causa de problemas nas
deslocações.
O
próximo encontro do Fórum da Sociedade Civil da CPLP deverá acontecer no
Brasil, ainda este ano.
RYPE
// APN
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