Maputo,
04 mai (Lusa) - O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa,
considera que, se países como Moçambique e Angola decidirem não ratificar o
Acordo Ortográfico, isso será uma oportunidade para repensar a matéria.
O
chefe de Estado português assumiu esta posição em declarações à RTP África,
durante a sua visita de Estado a Moçambique, revelando que, enquanto cidadão,
não seguia o novo Acordo Ortográfico.
"Nós
estamos à espera que Moçambique decida sim ou não ao Acordo Ortográfico. Se
decidir que não, mais Angola, é uma oportunidade para repensar essa
matéria", disse.
O
chefe de Estado referiu que "o Presidente da República, nos documentos
oficiais, tem de seguir o Acordo Ortográfico".
"Mas
o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa escrevia tal como escrevem os moçambicanos,
que não é de acordo com o Acordo Ortográfico", acrescentou.
O
Presidente da República de Portugal iniciou na terça-feira uma visita de quatro
dias a Moçambique.
O
programa desta visita de Estado termina na sexta-feira e Marcelo Rebelo de
Sousa viaja para Lisboa no sábado de manhã.
O
Acordo Ortográfico de 1990 tem sido adotado em ritmos diferentes nos Estados
que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estando à
frente desse processo Portugal e Brasil.
O
acordo já foi ratificado pelos parlamentos nacionais do Brasil, Portugal,
Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
Em
Moçambique, a norma aguarda ratificação pelo parlamento e em Angola não foi
regulamentado a nível governamental.
O
acordo já tem o processo de adoção finalizado em Portugal, onde entrou em vigor
a 13 de maio de 2015, apesar da oposição de grupos da sociedade civil.
IEL
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