Macau,
China, 04 mai (Lusa) -- O comércio entre a China e os países de língua
portuguesa caiu 23,03% no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo
de 2015, indicam dados oficiais hoje divulgados.
Segundo
as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, publicadas no portal do
Fórum Macau, as trocas comerciais entre a China e os países de língua
portuguesa totalizaram 16,72 mil milhões de dólares (14,56 mil milhões de
euros) entre janeiro e março.
Pequim
comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 10,88 mil milhões de
dólares (9,47 mil milhões de euros) -- menos 2,10% -- e vendeu produtos no
valor de 5,84 mil milhões de dólares (5,08 mil milhões de euros) -- menos
44,95% comparativamente aos primeiros três meses de 2015.
O
Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume
das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 11,60 mil milhões de dólares
(10,10 mil milhões de euros), valor que traduz uma queda de 19,30% em termos
anuais homólogos.
As
exportações da China para o Brasil atingiram 4,24 mil milhões de dólares (3,69
mil milhões de euros), traduzindo uma diminuição de 47,27%, enquanto as
importações chinesas totalizaram 7,53 mil milhões de dólares (6,56 mil milhões
de euros), refletindo, em sentido inverso, uma subida de 16,28%.
Com
Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas
comerciais caíram 39,37%, para 3,44 mil milhões de dólares (2,99 mil milhões de
euros).
Pequim
vendeu a Luanda produtos avaliados em 345 milhões de dólares (300,6 milhões de
euros) -- menos 75,36% face ao primeiro trimestre de 2015 -- e comprou
mercadorias avaliadas em 3,10 mil milhões de dólares (2,70 milhões de euros),
ou seja, menos 27,58%.
Com
Portugal, terceiro parceiro da China no universo lusófono, o comércio bilateral
ascendeu a 1,23 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) -- mais
17,94% --, numa balança comercial favorável a Pequim, que vendeu a Lisboa bens
na ordem de 940,8 milhões de dólares (819,7 milhões de euros) -- mais 38,01% --
e comprou produtos avaliados em 296,3 milhões de dólares (258,1 milhões de
euros), menos 19,30%.
Em
2015, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa
caíram 25,73%, atingindo 98,47 mil milhões de dólares (90,60 mil milhões de
euros ao câmbio da altura), a primeira queda desde 2009.
Os
dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter relações
diplomáticas com Taiwan e não participar diretamente no Fórum Macau.
A
China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua
plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de
língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne ao nível
ministerial de três em três anos.
A
próxima conferência ministerial -- que será a quinta desde 2003 --
realizar-se-á este ano, mas ainda não há data marcada.
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