Díli,
16 jun (Lusa) - A execução orçamental real (pagamentos efetivamente realizados)
das contas públicas timorenses era até hoje, praticamente metade do ano, de
apenas 31%, sendo especialmente reduzida no que se refere ao capital menor e
capital de desenvolvimento.
Dados
do Ministério das Finanças facultados à Lusa confirmam que até ao final de
quarta-feira o Governo tinha um valor de execução real total de cerca de 470,72
milhões de dólares, ou 31% do orçamento anual total de 1,52 mil milhões de
dólares.
A
este valor já realmente pago somam-se compromissos de 216,5 milhões (10,2%) e
obrigações de 155,6 milhões de dólares (14,3%).
A
execução total, que soma pagamentos já efetuados e obrigações (contratadas mas
ainda não pagas) é de 626,3 milhões de dólares ou 41,3% do orçamento total.
Do
lado das receitas, a execução era de 44,3% ou 95,44 dos cerca de 171 milhões
previstos.
Os
dados correspondem praticamente ao período da primeira metade do ano.
Instado
pela Lusa a comentar os dados, Hélder Lopes, vice-ministro das Finanças,
explicou que o valor reduzido de execução orçamental "se deve a vários
fatores" e que não se trata de avaliar apenas "a execução elevada,
mas a qualidade da execução".
Tradicionalmente,
disse, a execução progredirá mais no final do ano com a conclusão de ciclos de
projetos.
Uma
análise detalhada dos dados, por fundo, confirma que a execução total mais
baixa se regista no capital menor (2,89 milhões ou 14,8% do total previsto),
seguindo-se capital de desenvolvimento (157,36 milhões ou 36%) e salários (70
milhões ou 38,5%).
Bens
e serviços registavam uma execução total de 181,73 milhões ou 40,4% do total e
transferências, uma execução de 49,1% do total ou 233,18 milhões de dólares.
Os
dados confirmam o valor elevado que o Estado já contratou mas que ainda não
pagou, ou porque está em atraso nos pagamentos ou porque o contrato ainda não
finalizou ou entrou na fase de pagamento.
Valor
que se soma a dívidas em atraso de anos anteriores que, até ao momento, o
Estado nunca confirmou oficialmente.
Empresários
timorenses ouvidos pela Lusa queixam-se regularmente de longos atrasos no
pagamento de bens e serviços e projetos de infraestruturas, com atrasos
significativos em pagamentos de salários em vários ministérios.
ASP
// VM
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