Bruxelas,
16 (Lusa) -- O primeiro-ministro de Timor-Leste afirmou hoje, em Bruxelas,
compreender as preocupações dos funcionários da Timor Telecom (TT), mas
justificou a decisão do Governo em manter a sua quota na empresa com uma
questão de "consistência nas opções políticas".
"Eu
compreendo a preocupação, mas estas decisões devem ter em conta a globalidade
dos fatores", disse Rui Maria Araújo, à agência Lusa, lembrando a decisão
do país em liberalizar o setor, pelo que "não faz sentido agora que o
Governo decida ser o maior acionista" e reduzir a margem de concorrência.
O
governante referiu estar em causa uma "questão de consistência nas opções
políticas e lembrou que o executivo vai "manter-se ativo" como
acionista, ao deter cerca de 21 por cento do capital da empresa de
telecomunicações.
A
decisão do Governo de não adquirir a parte da Oi na TT foi lamentada por mais
de duas dezenas de responsáveis timorenses da empresa, que enviaram uma carta
ao primeiro-ministro.
Na
carta os 23 signatários expressam "lamentações e descontentamento perante
o processo e aparente desfecho das negociações" sobre as ações da Oi na
TT, depois de um ano e meio de contactos, dizem, que "causaram esperanças
no seio dos colaboradores timorenses".
Os
responsáveis lamentaram não ter sido ouvidos neste processo, indicaram que as
leis no setor das telecomunicações não estão a ser cumpridas pelos outros dois
operadores e consideraram ser alvos de "concorrência desleal" por
parte da indonésia Telkomcel e da vietnamita Telemor.
O
chefe do Executivo rematou hoje à Lusa, sobre a decisão governamental, que o
"ideal para o ambiente de liberalização do mercado, que se pretende
incutir nesse setor, é abrir, se o atual acionista não quiser continuar, as
negociações com outros que pretendem ser acionistas".
"O
importante é que a empresa continue a operar e com a presença de novos
acionistas até poderia melhorar a dinâmica de trabalho", defendeu.
PL
(ASP)//APN
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