quarta-feira, 6 de julho de 2016

Unicef pede mais investimentos asiáticos para combater desigualdades na infância


Banguecoque, 05 jul (Lusa) - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu hoje mais investimentos por parte dos governos da Ásia Oriental e Pacífico para acabar com as desigualdades que afeta milhões de crianças na região.

A organização afirmou que as desigualdades devem ser combatidas através de novos programas e políticas de proteção social, que os governos deviam desenvolver a par do crescimento económico regional.

"Mesmo que o extraordinário crescimento cresça, é claro que sem melhores programas e políticas de proteção social que convertam o crescimento em sustentabilidade, vemos cada vez mais pessoas excluídas", disse Karin Hulshof, diretora regional da Unicef, numa conferência de imprensa em Banguecoque.

Karin Hulshof disse que a desigualdade tira oportunidades às crianças de famílias com menos recursos nos países da Ásia Oriental e Pacíficio: Mongólia, China, Coreia do Norte, Sudeste asiático e ilhas.

Segundo a UNICEF, a morte de crianças até aos cinco anos, por causa da pobreza na Ásia Oriental e Pacífico caiu 68% desde 1990, sendo que em 18 em cada mil crianças são vítimas.

No ano passado morreram 540 mil crianças com menos de cinco anos de idade, por causas evitáveis.

A diretora regional lembrou que 6,5 milhões de crianças dessa área geográfica não vão à escola, vivendo assim sem um direito essencial, incluído na Convenção dos Direitos da Criança, adotada por todos os países -- o da educação.

A Unicef considera que o progresso asiático é visível em cidades com Banguecoque, Pequim e na região indonésia de Aceh, com 96% das crianças a terem acesso à educação e incentiva os cidadãos a exigir aos governos serviços de qualidade e acessíveis, pois as famílias pagam 50% dos gastos com educação e saúde, em muitos países.

O assessor das políticas sociais e análise económica da UNICEF acrescentou que 45 milhões de crianças da Ásia Oriental e Pacífico vivem com menos de 1,70 euros por dia e enfrentam dificuldades como trabalho infantil, malnutrição e falta de oportunidades.

EZL/APN // APN

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