Porto,
23 jan (Lusa) - O presidente da Zona Especial de Economia Social de Mercado de
Timor-Leste, Mari Alkatiri, disse hoje, numa visita ao Porto, que espera que
num "futuro próximo" os Governos timorense e português estabeleçam
acordos na área da saúde.
O
também ex-primeiro-ministro de Timor-Leste está a visitar hospitais portugueses
e no Centro Hospitalar São João, no Porto, procurou conhecer o serviço de
cuidados intensivos, enquanto antes, em Coimbra, o foco esteve na cardiologia e
de seguida, em Lisboa, irá abordar a área da medicina tropical.
"A
brincar disse lá dentro que nunca fui profissional de saúde e também felizmente
nunca fui paciente, por isso nunca entrei em hospitais e hoje saio daqui muito
impressionado.
Daqui para a frente vamos fazer um calendário de cooperação e no
futuro próximo espero um acordo entre os dois Governos na área da saúde",
afirmou à agência Lusa Mari Alkatiri.
O
dirigente timorense sublinhou a necessidade de se criar condições em
Timor-Leste para que "todos os doentes" possam ser assistidos no país
e "assim evitar evacuações constantes para o exterior".
Mari
Alkatiri disse querer, com a ajuda de profissionais portugueses mas sem
especificar prazos, "preparar um laboratório para a nível nacional poder
avançar um pouco mais em várias áreas da saúde".
"Estas
questões levam tempo, mas tem de se começar. Estamos a gastar milhões de
dólares em evacuações para Singapura, Malásia, Indonésia, Austrália e temos de
começar a ter um programa a médio/longo prazo", disse o presidente de Zona
Especial de Economia Social de Mercado de Timor-Leste, uma entidade cujo
"grande desafio", contou à Lusa, é "responder a questões muito
pertinentes e prementes na área da saúde e da educação".
A
cooperação entre o Centro Hospitalar São João começará com uma "troca
informação de parte a parte a parte", descreveu por sua vez o diretor
clínico, José Artur Paiva, e no "espaço de 15 dias a três semanas deverá
existir um plano específico" que poderá incluir "troca de
profissionais".
"Estamos
muito honrados no interesse no nosso modelo de organização dos cuidados
intensivos e da urgência. Temos de conhecer as condições locais para reunirmos
a informação que precisamos para avaliarmos a melhor metodologia a aplicar no
terreno", disse José Artur Paiva.
O
diretor clínico descreveu que "os princípios" usados nesta área no
Centro Hospitalar São João são de "responsabilidade por parte do médico de
medicina intensiva desde a admissão na urgência e às vezes desde o exterior,
nas viaturas médicas".
"Ou
seja, isto é o médico intensivista não estar dentro da unidade à espera do
doente, mas sim estar desde a primeira hora com o doente crítico de forma a ter
mais rapidamente condições de estabilidade e de triagem e internamento",
concluiu.
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