Macau,
China, 08 mar (Lusa) -- O advogado de defesa do ex-procurador de Macau, Ho Chio
Meng, que está a ser julgado por mais de 1.500 crimes, abandonou hoje o caso
dizendo que o tribunal não trata a defesa e acusação de forma igualitária.
Ho
Chio Meng - que foi o chefe máximo do Ministério Público de Macau entre 1999 e
dezembro de 2014 - está a ser julgado, desde 09 de dezembro, no Tribunal de
Última Instância (TUI), por mais de 1.500 crimes, incluindo burla, abuso de
poder, branqueamento de capitais e promoção ou fundação de associação
criminosa.
Numa
nota divulgada hoje, o TUI indica que o defensor de Ho Chio Meng fez um pedido
de "abandono do patrocínio ao arguido e comunicado o assunto ao
tribunal" pelo que foram canceladas as audiências de hoje e as dos dias 10
e 13 de março, sendo concedido ao arguido cinco dias para constituir novo
advogado "sob pena de ser nomeado um novo advogado pelo tribunal".
Na
nota o TUI indica ainda que notificou o defensor para "esclarecer o
tribunal o motivo justificado do abandono".
Segundo
o Canal Macau da TDM, a equipa de defesa disse aos jornalistas, à saída do
tribunal, após uma sessão interrompida, não se sentir capaz de defender Ho
devido à forma como são conduzidas as sessões em tribunal, e o advogado Leong
Weng Pun disse mesmo que foi a primeira vez que desistiu de defender um
cliente.
De
acordo com a TDM, Leong foi interrompido várias vezes por um dos juízes do
coletivo quando questionava uma testemunha hoje ouvida em tribunal.
O
advogado chegou mesmo a dizer que parecia que o tribunal estava a tomar partido
e queixou-se várias vezes de não ser capaz de defender o ex-procurador devido à
forma como estava a decorrer a sessão.
ISG
(DM) // PJA
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