Desde
sábado (17) que lavra um enorme e incontrolável incêndio na zona centro de
Portugal. Segundo os investigadores da Polícia Judiciária a causa foi um raio
que caiu sobre uma árvore devido às trovoadas secas que ocorrem nesta altura do
ano (quase verão). Certo é que o incêndio alastrou por imensos hectares e já
avança em três distritos, Leiria, Coimbra e Castelo Branco. Com propriedade
pode dizer-se que quase um terço de Portugal está a arder.
Os
prejuízos materiais são incalculáveis mas de pior monta são os prejuízos das
vidas humanas e daqueles que por via dos incêndios ficaram feridos. Ainda há
pouco faleceu um bombeiro já desde sábado internado nos cuidados intensivos do
hospital de Coimbra. O número de mortes continua a aumentar e já soma 63
portugueses vítimas da tragédia. Igualmente se constata aumento dos feridos,
135. Destes há ainda alguns em estado grave, o que pode significar que existe o
risco de virem a aumentar o número de mortes.
Recolhemos
no TA um resumo da tragédia. Podem ler mais em baixo. Para o caso de quererem
escutar os registos áudio das reportagens deixamos aqui a respetiva ligação. E
há sempre as notícias mais atualizadas em direto - à hora e meia-hora - também na TSF.
É
evidente que após o incêndio ser extinto urge a tarefa de encontrar os responsáveis
da tragédia. Quem será o responsável por quase nada ter funcionado logo nas
primeiras horas da constatação do incêndio que devorou lugares e aldeias, famílias
em locais mais isolados, ocupantes de automóveis com passageiros que fugiam ao
fogo e foram também devorados pelas chamas? Mais que uma pessoa (irresponsáveis)
são culpados pela inoperância que redundou numa imensa tragédia. Os
portugueses, depois do fogo extinto, querem respostas e punições severas para
os que tenham responsabilidades pelo luto nacional que a todos entristece e
amargura.
A
seguir, o resumo atualizado da TSF.
MM
/ AV | TA
Morreu
bombeiro de Castanheira de Pêra
Sete
dos feridos, cinco bombeiros e dois civis, estão em estado grave. O fogo não
está ainda controlado em Pedrógão Grande, Góis, Figueiró dos Vinhos e
Castanheira de Pêra.
Morreu
um bombeiro de Castanheira de Pêra. A confirmação foi dada por Jaime Marta
Soares, presidente da Liga dos Bombeiros. O número de vítimas mortais para 63.
O homem tinha 40 anos, um filho, era casado e ficou ferido ao tentar salvar
três pessoas de um carro que chocou contra a viatura dos bombeiros no IC8.
Marcelo
de visita às zonas afetadas
O
Presidente da República chegou por volta das 13h30 ao posto de comando da
Proteção Civil em Avelar, Ansião. Está de visita às zonas afetadas pelos fogos.
Número
de feridos sobe para 135
O
presidente do INEM disse na tarde desta segunda-feira que o incêndio em
Pedrógão Grande causou até ao momento 135 feridos, entre os quais 121 civis, 13
bombeiros e um militar da GNR.Segundo Luís Meira, dos 135 feridos, sete estão
em estado grave: cinco bombeiros voluntários e dois civis.
Vítimas
identificadas
Já
foram identificadas 24 vítimas, não há estrangeiros e há um número 800 246 246
para informação sobre as vítimas e estradas cortadas. O briefing mais recente
dá ainda conta de dificuldades de combate ao fogo em alguns locais por falta de
acesso.
O
fumo denso está a dificultar o combate aos fogos na zona de Pedrogão Grande. O
Comandante Operacional da Proteção Civil explicou no briefing mais recente que
a circulação dos aviões está muito condicionada. Os repórteres TSF no local
contam que a visibilidade é muito reduzida.
A
frase é do Comandante Operacional da Proteção Civil, Elísio Oliveira, que
falava esta manhã, em Avelar. O mais recente balanço das vítimas aponta para 62
mortes e 62 feridos. Há ainda quatro frentes activas e cerca de 1100 bombeiros
no terreno.
Reportagem
TSF: As últimas horas em Arega.
Como foram as últimas horas em Arega, a cerca de 15km de Avelar, onde o fogo ainda continua ativo, após reacender.
Começou
a chover em Pedrógão Grande
Pouco
antes das 9h da manhã, começou a chover, em Avelar, na zona de Ansião, onde
está instalado o centro de comando de combate ao fogo. A chuva foi recebida com
alegria por parte dos bombeiros e população nesta zona ainda afetada pelas
chamas dos incêndios que lavram.
Segurança
Social está a "identificar necessidades de pessoas que perderam os seus
bens".
Técnicos
da Segurança Social estão em cinco localidades estão a fazer a sinalização e
identificar as dificuldades das pessoas "que perderam os seus bens e
precisam nesta altura de um sítio onde pernoitar". A secretária de Estado
da Segurança Social explicou, na Manhã TSF, que "a principal preocupação
tem sido encontrar resposta imediata para dormida e necessidades básicas,
alimentação". Cláudia Joaquim acrescentou ainda que os técnicos contam
"com o apoio dos carteiros dos CTT" que conhecem bem a zona. O atendimento
na linha 144 foi reforçado. Cláudia Joaquim explica que esta linha é essencial
para as pessoas que precisem diretamente de ajuda, de apoio". Não deve ser
utilizada, por exemplo, para procura de familiares.
GNR
e os planos de evacuação
Na
Manhã TSF, a GNR contou como tem sido retirar as pessoas de casa. O Major Bruno
Marques sublinha que entende "que seja difícil, mas o importante é
salvaguardar a vida humana". A GNR tem convencido as pessoas em risco
através de conversa, não houve nenhum caso mais complicado. A Guarda Nacional
Republicana é responsável pelo plano de evacuação, mas o Major Bruno Marques
explica que também outras entidades podem retirar as pessoas de casa.
Reportagem
TSF: "Sei lá como é que a gente se safa... é na miséria"
TSF
com Lusa |Foto Rui
Oliveira/Global Imagens
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