Deputados
do Partido Libertação Popular (PLP) pediram hoje ao Governo timorense para
intervir com urgência nos mercados, na sequência de relatos de aumento de
preços devido à tensão política no país.
Condenamos
negociantes oportunistas que se estão a aproveitar da situação para fazer
aumentar os preços dos bens essenciais básicos", referiu o deputado Abel
da Silva, referindo-se ao arroz e óleo, entre outros.
"Apelamos
ao Ministério do Comércio para que leve a cabo uma operação no mercado para
controlar esta situação que não é positiva para o povo", sublinhou.
O
aumento dos preços ocorreu numa altura de tensão política em Timor-Leste
provocada pelo chumbo da oposição do programa do Governo. Se uma segunda moção
de rejeição for aprovada no parlamento, o Governo cairá.
Abel
da Silva explicou que o problema foi detetado em vários pontos do país e pediu
que se repitam medidas como as efetuadas no fim de semana na vila de Ainaro,
onde agentes policiais e representantes do Governo vistoriaram os mercados.
"São
ações muito positivas e que devem ser repetidas. Mas apelo também às pessoas
para que se queixem desta situação junto da polícia e das autoridades",
disse.
Merício
Juvenal dos Reis, também do PLP, reiterou os apelos á intervenção das
autoridades no controlo aos preços insistindo que se não houver intervenção
"a população vai ser muito prejudicada".
"É
preciso atuar porque se isto continuar os mais afetados são o povo que fica com
capacidade de compra mais limitada", disse.
Aurélio
Freitas Ribeiro, deputado da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente
(Fretilin), atribuiu o problema à situação política, explicando que receios da
população estão a levar a que haja menor fornecimento de alguns produtos e,
consequentemente, a fazer aumentar os preços.
Abílio
Sereno, responsável da Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividades
Económicas, Sanitárias e Alimentares (AIFAESA) disse à Lusa que já as inspeções
realizadas até ao momento nãoi tinham encontrado alterações significativas de
preços.
"Quando
o preço começou a ser levantado pelos deputados mandei a brigada de operação
inspecionar armazéns a que temos acesso e ver especialmente o preço do arroz.
Houve aqui ou ali aumentos de 1 dólar ou 1,5 dólares [no preço dos sacos de 25
quilos de arroz]", disse.
"Há
quem ande a querer meter medo à população a dizer que há aumentos de mais de 10
dólares, mas isso é falso. Não encontrámos isso. Já contactamos com as
autoridades municipais também na ponta leste e no sul e não há informação
desses aumentos", afirmou.
Apesar
disso, Sereno reiterou que as autoridades vão estar "atentas" ao
assunto.
SAPO
Lusa
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