terça-feira, 24 de outubro de 2017

Deputados pedem ao Governo ação contra aumento de preços devido à situação política

Deputados do Partido Libertação Popular (PLP) pediram hoje ao Governo timorense para intervir com urgência nos mercados, na sequência de relatos de aumento de preços devido à tensão política no país.

Condenamos negociantes oportunistas que se estão a aproveitar da situação para fazer aumentar os preços dos bens essenciais básicos", referiu o deputado Abel da Silva, referindo-se ao arroz e óleo, entre outros.

"Apelamos ao Ministério do Comércio para que leve a cabo uma operação no mercado para controlar esta situação que não é positiva para o povo", sublinhou.

O aumento dos preços ocorreu numa altura de tensão política em Timor-Leste provocada pelo chumbo da oposição do programa do Governo. Se uma segunda moção de rejeição for aprovada no parlamento, o Governo cairá.

Abel da Silva explicou que o problema foi detetado em vários pontos do país e pediu que se repitam medidas como as efetuadas no fim de semana na vila de Ainaro, onde agentes policiais e representantes do Governo vistoriaram os mercados.


"São ações muito positivas e que devem ser repetidas. Mas apelo também às pessoas para que se queixem desta situação junto da polícia e das autoridades", disse.

Merício Juvenal dos Reis, também do PLP, reiterou os apelos á intervenção das autoridades no controlo aos preços insistindo que se não houver intervenção "a população vai ser muito prejudicada".

"É preciso atuar porque se isto continuar os mais afetados são o povo que fica com capacidade de compra mais limitada", disse.

Aurélio Freitas Ribeiro, deputado da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), atribuiu o problema à situação política, explicando que receios da população estão a levar a que haja menor fornecimento de alguns produtos e, consequentemente, a fazer aumentar os preços.

Abílio Sereno, responsável da Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividades Económicas, Sanitárias e Alimentares (AIFAESA) disse à Lusa que já as inspeções realizadas até ao momento nãoi tinham encontrado alterações significativas de preços.

"Quando o preço começou a ser levantado pelos deputados mandei a brigada de operação inspecionar armazéns a que temos acesso e ver especialmente o preço do arroz. Houve aqui ou ali aumentos de 1 dólar ou 1,5 dólares [no preço dos sacos de 25 quilos de arroz]", disse.

"Há quem ande a querer meter medo à população a dizer que há aumentos de mais de 10 dólares, mas isso é falso. Não encontrámos isso. Já contactamos com as autoridades municipais também na ponta leste e no sul e não há informação desses aumentos", afirmou.

Apesar disso, Sereno reiterou que as autoridades vão estar "atentas" ao assunto.

SAPO Lusa

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