Lisboa,
11 out (Lusa) - A nova galeria de arte Uma Lulik (Casa Sagrada) é inaugurada na sexta-feira,
na zona de Alvalade, em Lisboa, com a exposição individual "Ausência",
reunindo obras inéditas de Joël Andrianomearisoa, que faz nelas uma viagem
entre a vida e a morte.
Esta
primeira exposição do novo espaço dedicado à arte contemporânea, com uma série
de peças especialmente produzidas para a mostra inaugural, pelo artista de
Madagáscar, vencedor do prémio ARCOmadrid 2016, vai ficar patente até 06 de
janeiro de 2018, de acordo com fonte da galeria.
A
Uma Lulik, fundada e dirigida por Miguel Rios, vai focar-se essencialmente na
arte contemporânea da América do Sul, África, Médio Oriente, Sul da Ásia e
respetivas diásporas.
O
seu objetivo, de acordo com o projeto da direção, é divulgar o trabalho de
artistas destas regiões do globo, "mantendo um estreito contacto junto dos
agentes locais, e funcionando como plataforma de divulgação e promoção do
trabalho dos artistas que a representar junto do público, curadores,
colecionadores privados e institucionais".
A
nova galeria pretende ainda "contribuir para a desmistificação da arte
contemporânea proveniente de outras geografias emergentes, fortalecendo
conceitos e aproximando novas práticas artísticas".
O
nome da galeria - que surge da ligação de Miguel Rios a Timor--Leste, onde
viveu parte da infância - significa, em tétum, "o lugar para guardar os
objetos sagrados, e também o local para as reuniões e atividades dos ritos
tradicionais".
A
exposição inaugural da galeria apresenta uma série de trabalhos de Joël
Andrianomearisoa, formado em arquitetura pela École Spéciale d'Architecture, em
Paris, que nasceu em Antananarivo, Madagásgar, em 1977.
A
mostra está dividida em duas partes, "Ausência" e "Dead Tree of
My New Life", sendo que, na primeira parte, o artista apresenta 28 novas
peças feitas de vários tecidos encontrados na sua terra natal, ritualmente
cosidos e dispostos em camadas, numa transposição para o têxtil da sua série
anterior em papel de seda, "The Labyrinth of Passions", peça
originalmente concebida para a ARCOmadrid 2016.
Inicialmente
atraído pela natureza multifacetada da prática arquitetónica, o artista
dedicou-se a outros modos de produção cultural, trabalhando em vários 'media',
e a sua prática artística incorpora a performance, o vídeo e a instalação em
grande escala.
Entre
as suas mais recentes exposições individuais estão "La Bibliothèque
Sentimentale", no Les Abattoirs - FRAC Midi-Pyrénées, em Toulouse
(França), "The labyrinth of passions", no Mykolas Zilinskas Art
Museu, em Kaunas (Lituania), a participação nos Rencontres Photographiques, em
Bamako (Mali), e na Dak'Art-Biennale d'Art Africain Contemporain 2016, em Dakar
(Senegal).
O
trabalho de Andrianomearisoa faz parte de coleções públicas e privadas, em
instituições como Zeitz MOCAA (África do Sul), National Museum of African Art -
Smithsonian Institution (EUA), Studio Museum Harlem (EUA), Sindika Dokolo
Foundation (Angola), Fond Régional d'Art Contemporain - Frac La Réunion
(França), Fundação Leal Rios (Portugal) e Frédéric de Goldshmidt (Bélgica),
entre outras.
Joël
Andrianomearisoa foi o primeiro artista não espanhol galardoado com o Audemars
Piguet ARCOmadrid Prize, na quarta edição do galardão, em 2016.
AG
// MAG
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