Portugal vai integrar a
Organização Internacional da Francofonia, por proposta de França, que passará
também a fazer parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),
anunciaram ontem em Lisboa os chefes das diplomacias dos dois países.
"A diversidade linguística é
uma riqueza [...] E, portanto, um trabalho conjunto no sentido de potenciar a
influência global de outras línguas europeias [...] é um trabalho do maior interesse
para Portugal", explicou à imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros
português, Augusto Santos Silva, após o encontro que manteve em Lisboa com o
homólogo francês, Jean-Yves Le Drian.
Le Drian, que interveio ontem no
Seminário Diplomático, apontou a "tradição francófona em Portugal" e
"a importância atribuída historicamente à língua francesa no ensino
português", a par do "lugar importante" atribuído à língua
portuguesa em França, como fatores que fazem com que pareça "paradoxal que
Portugal esteja ausente da Organização Internacional da Francofonia e, da mesma
forma, França não esteja presente na CPLP".
"É um assunto em relação ao
qual decidimos fazer progressos para que as nossas organizações nos recebam de
forma cruzada, porque não são apenas organizações de defesa da língua, mas que
levam a diferentes continentes os nossos valores, os nossos princípios de
diálogo, de cooperação e de solidariedade que e constituem um instrumento
diplomático de primeira linha", disse o ministro da Europa e dos Negócios
Estrangeiros francês.
"O compromisso dos nossos
países com a democracia, a paz e a liberdade, para a construção de um mundo
mais equilibrado, deve passar, nomeadamente, por ações determinadas nos fóruns
multilaterais em favor do multilateralismo", acrescentou Le Drian,
referindo o continuado apoio de Paris ao "exercício da imensa tarefa que
tem em mãos" o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Disse-lhe que agradeceria
bastante essa integração", contou Santos Silva à imprensa.
"Já trabalhando num lado
prático, na cooperação entre o Institut Français e o Instituto Camões [...]
temos todo o interesse em trabalhar também com os franceses. Porque a
diversidade é uma riqueza e a diversidade linguística é uma riqueza por maioria
de razão", disse o ministro português.
SAPO TL Lusa
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