No mundial de futebol que está a
ser disputado na Rússia, a equipa de Portugal teve ontem a sua primeira
disputa, contra Espanha. O resultado final ficou-se por um empate a três golos.
Resultado que a Portugal soube a quase vitória e a Espanha a quase derrota. Paladares
diferentes.
Em crónica de Ricardo Oliveira
Duarte dá para perceber como os portugueses vibraram e sofreram a ver o jogo a
tantos quilómetros de distância, em Lisboa, no Terreiro do Paço. Os “ilustres
do reino” (que é o que mais parecem, pelo modo como os distinguem) também se
regozijaram e sofreram. O povo é o mesmo de sempre... Porque o futebol é o seu ópio preferido. É isso que aqui trazemos no que segue em baixo, para os
que se interessarem.
Importa destacar que o resultado
dos três golos portugueses foram obra sábia e milagrosa de Ronaldo, já muitíssimo
distante do jovem vaidoso e tantas vezes arrogante que era. Esclarecendo: Ronaldo 3 – Espanha
3, foi o resultado. (TA)
Quem tem Cristiano Ronaldo tem
tudo. Ou quase. Portugal empata com Espanha
Portugal marcou três golos e os
três foram de Cristiano Ronaldo. Portugal foi o primeiro e o último a marcar.
Marcelo Rebelo de Sousa acredita que "podemos ir até onde não
imaginávamos".
De pé. Sentado. De pé. Sentado.
Sentado. Aos pulos, de braços no ar, abraçado a Fernando Medina e ao ministro
Pedro Marques, sorriso rasgado. A coreografia de Marcelo Rebelo de Sousa, na
tribuna da Arena Portugal, no Terreiro do Paço, em Lisboa, é o espelho do
andamento de um jogo impróprio para cardíacos, que acabou empatado, e que,
acredita o Presidente, pela forma como foi conseguido, pode ser prenúncio de um
grande Campeonato do Mundo de Portugal na Rússia.
Tudo começou como uma espécie de
conto de fadas. Três minutos de jogo, Cristiano Ronaldo é derrubado por Nacho
na grande área, o árbitro marca penálti e o português abre o marcador. Depois
veio o "lobo mau" Diego Costa empatar para a Espanha. Mas antes do
intervalo Ronaldo rematou de fora da grande área e, com uma preciosa ajuda de
De Gea, o guarda-redes espanhol, Portugal saiu para os balneários em vantagem.
Estava tudo certo na tal história que tem sempre um final feliz. Mas faltavam
45 minutos...
Portugal veio mais mole do
intervalo e a Espanha, qual raposa matreira, lançou a escada e meteu dois golos
na baliza de Rui Patrício. Diego Costa igualou Cristiano nos dois golos e,
consequentemente, colocou tudo como tinha começado: empatado. Depois Nacho
encheu o pé e de fora da área fez desabar o mundo português, que pela primeira
vez no jogo se viu em desvantagem.
No caminho que fez, a pé, da
Câmara de Lisboa até ao Terreiro do Paço, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu de
uma senhora que o abordou um terço vermelho, "para dar sorte". Ele,
"homem de fé católica, como Fernando Santos, aliás", aceitou e
guardou-o na mão direita. Não sendo obra divina, a falta de Piqué que colocou
Cristiano Ronaldo com a bola na mão, outra vez, a olhar fixamente para a baliza
e a beijá-la, como que a dizer-lhe "agora vais ali para dentro, que há uns
milhões de pessoas que precisam voltar a sorrir, está bem?" pareceu caída
do céu. Com os pés bem assentes na terra, Ronaldo deu uns passos atrás e largou
uma bomba, muito bem colocada, no canto esquerdo da baliza de De Gea.
Estávamos no minuto 88 do jogo e
Portugal não mais deixou de estar por cima, guardando a bola durante quase
todos os 6/7 minutos que ainda se jogaram.
Quando aquele terceiro golo fez
os milhares de pessoas (30 mil?) que estavam no Terreiro do Paço saltarem e
gritarem, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal, foi
mais um deles. Abraçou-se a quem estava ao lado, foi a saltar até ao varandim e
celebrou com quem estava ali mesmo em baixo. Depois, ao microfone da TSF,
comentou que empatar assim é muito, muito importante. "Dar a volta desta
forma dá um ânimo muito grande, é muito importante."
TSF – Crónica de Ricardo de
Oliveira Duarte | Fotos: EPA
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