Macau, China, 15 jun (Lusa) -
Pelo menos 280 empresários e representantes de instituições financeiras e
governamentais da China vão participar no 13.º Encontro de Empresários em
Lisboa, na próxima semana, disse à Lusa a secretária-geral do Fórum Macau.
"Este ano, vão estar
presentes 280 pessoas da China e de Macau", declarou Xu Yingzhen,
secretária-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China
e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).
Além da presença de empresários
chineses de todos os ramos de atividade, a vice-ministra do Comércio da China,
Gao Yan, vai intervir no encontro, tal como o secretário da Economia e Finanças
de Macau, Lionel Leong, e o secretário de Estado para a Internacionalização de
Portugal, Eurico Brilhante Dias, entre outros, de acordo com o programa.
"Este é o maior
encontro", com a presença de empresários de vários ramos de atividade e de
diferentes zonas da China, responsáveis de organismos oficiais e de bancos e
instituições financeiras, frisou Glória Batalha Ung, secretária-geral adjunta
indicada pela Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), destacando também
a presença de perto de 90 empresários portugueses.
No encontro "China e Países
de Língua Portuguesa - Uma nova abordagem pragmática" vão ser assinados
mais 20 acordos entre a China e os Estados lusófonos presentes, acrescentou.
O objetivo deste encontro,
organizado pelo Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China
(CCPIT) e associações empresariais dos países-membros do Fórum Macau, é que
"os empresários de cada país encontrem oportunidades de negócio",
disse Xu Yingzhen.
A deslocação a Lisboa concretiza
também a decisão, tomada na última reunião ordinária do Fórum, em março, de
realizar visitas regulares a todos os países-membros, todos os anos, para dar a
conhecer os países e possíveis áreas de cooperação.
O organismo efetua ainda visitas
regulares à China para apresentar os países lusófonos.
"Começamos em Portugal,
seguindo depois um grupo para o Brasil e outro para Cabo Verde e
Guiné-Bissau", na mesma semana, explicou o secretário-geral adjunto
indicado pelos países de língua portuguesa, Rodrigo Brum.
A secretária-geral do Fórum Macau
considerou que Portugal, que sempre teve uma estreita ligação com Macau, pode
trabalhar mais, em certos campos, com o organismo.
Xu Yingzhen destacou as áreas da
'economia azul' e das 'startups', lembrando o estabelecimento, no ano passado,
em Macau, do centro de empreendedorismo jovem.
"O Governo português conhece
este Fórum e presta atenção" ao trabalho aqui desenvolvido no âmbito da
cooperação entre a China e o bloco lusófono, disse.
Para Xu Yingzhen, o balanço dos
15 anos do Fórum Macau é positivo.
"As trocas comerciais e o
investimento entre a China e os países de língua portuguesa têm-se
intensificado. Se em 2002, antes do estabelecimento do Fórum, o valor global
das trocas comerciais era de cerca de seis mil milhões de dólares norte-americanos
[5,1 mil milhões de euros], em 2017 foi de 117,6 mil milhões" de dólares
(101 mil milhões de euros), indicou.
Quanto ao "investimento
direto da China nos países lusófonos passou de 56 milhões de dólares
norte-americanos em 2003 [48,3 milhões de euros], para cerca de 5,7 mil milhões
de dólares americanos em 2016 [4,9 mil milhões de euros], sendo que o
investimento total da China nestes países é de 50 mil milhões de dólares [43,1
mil milhões de euros]", sublinhou.
O Fórum Macau trabalha para levar
os empresários a concretizar negócios, disse.
"Somos um organismo
governamental, quem aqui trabalha são representantes, enviados por cada uma das
partes. Somos um secretariado e aplicamos as medidas definidas nas conferências
ministeriais", explicou Yu.
"Os contratos só podem ser
assinados entre empresários e o nosso trabalho é guiar, quando detetamos uma
área que pode ser interessante para todos os países participantes do
Fórum", acrescentou a secretária-geral.
Este Fórum trabalha "para
intensificar a cooperação" entre a China e os países lusófonos, mas também
os próprios países podem entre si detetar estas oportunidades", reiterou.
Criado em 2003 por Pequim, o
Fórum Macau tem um Secretariado Permanente, reúne-se a nível ministerial a cada
três anos e integra, além da secretária-geral, Xu Yingzhen, e de três
secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa
(Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste).
EJ // FPA
Sem comentários:
Enviar um comentário