Díli, 23 ago (Lusa) - O
Parlamento Nacional timorense aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar
pela morte de Kofi Annan e uma homenagem a Sérgio Vieira de Mello, que liderou
a missão da ONU em Timor-Leste até à independência.
Os dois textos, aprovados com 53
votos a favor, foram votados numa sessão extraordinária do Parlamento Nacional,
convocada para hoje especialmente para estas deliberações, antes dos deputados
começarem, na próxima semana, a debater o Orçamento Geral do Estado para 2018.
"Estes votos de Pesar e de
Homenagem para os dois líderes são o reconhecimento de Timor-Leste pela
contribuição no processo de luta pela libertação nacional e construção deste
Estado. Kofi Annan, no seu mandato como Secretário-Geral da ONU, autorizou a
realização do referendo em Timor-Leste e assistiu diretamente à restauração da
independência, a 20 de maio de 2002 em Díli", refere o parlamento em
comunicado.
"Sérgio Vieira de Mello,
como Administrador Transitório da UNTAET, contribuiu para o estabelecimento da
administração desta nova nação", explica ainda.
Kofi Annan, antigo
secretário-geral da ONU e prémio Nobel da Paz de 2001, morreu no sábado, aos 80
anos.
No dia seguinte, 19 de agosto,
cumpriram-se quinze anos do atentado em Badgade que vitimou Sérgio Vieira de
Mello.
O Governo timorense designou esta
semana o ex-Presidente Xanana Gusmão para representar o executivo nas
cerimónias fúnebres do ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
O Governo expressou no inicio da
semana "profunda consternação e tristeza" com a morte de Kofi Annan,
recordando o contributo pela paz e diálogo internacionais.
"A memória de Kofi Annan
ficará para sempre ligada à história de Timor-Leste já que trabalhou de forma
incansável para o reconhecimento internacional do direito de autodeterminação
do nosso Povo e, na sequência da consulta popular que determinou a
independência da nossa Nação, lançou as bases em que assenta a construção do
atual Estado Timorense", lembra o executivo.
Coube a Kofi Annan, poucos
minutos antes das 00:00 de 20 de maio de 2002, entregar formalmente Timor-Leste
aos timorenses, numa cerimónia que marcou a restauração da independência do
país.
Annan tinha supervisionado a
assinatura do histórico acordo de 05 de maio de 1999, entre Portugal e a
Indonésia, o que permitiu o referendo em que os timorenses escolheram ser
independentes.
ASP//PVJ
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